Entre os hábitos que colaboram para o desenvolvimento humano, tanto intelectual quanto como cidadãos, a leitura tem um destaque especial.
Ler aprimora a criatividade, estimula a imaginação, melhora a comunicação, desperta o senso crítico, amplia o raciocínio e promove a concentração.
Como instrumento de aprendizagem, o hábito de ler aprimora a habilidade de escrita com a melhora do vocabulário e, especialmente, da capacidade interpretativa. Também, é por meio da leitura que diversificamos nosso conhecimento sobre vários assuntos.
É por isso que, entre as práticas pedagógicas de uma escola, é essencial programar atividades para incentivar e desenvolver a leitura.
A seguir, vamos falar sobre o panorama geral de leitores e estratégias de estímulo à leitura. Confira:
Inserir alguém no universo literário exige esforço, tanto da família quanto da escola.
Enquanto criança, esse estímulo é mais fácil. Utiliza-se livros que funcionam como brinquedos e, por isso, são fáceis de adaptá-los na rotina.
Já a literatura de entrada, ou seja, os títulos oferecidos quando o aluno ainda está criando o hábito de ler, precisam ser bem escolhidos. Quando a escola obriga a ler um livro do qual o aluno não tem interesse ou identificação pode prejudicar seu gosto pela leitura a longo prazo.
Conforme o artigo A importância da leitura dentro da sala de aula no processo de alfabetização, “na busca da formação de leitores pode haver métodos falhos de incentivo, como é o caso da leitura por recalque ou leitura por obrigação que, em vez de apresentar a cultura do livro para o aluno, pode traumatizá-lo quando feita de maneira desconexa com o contexto social”.
Não à toa, considera-se que estamos vivendo um período de crise na leitura, quando muitos adultos dizem não gostar de ler.
Em 2020, a pesquisa "Retratos da leitura no Brasil" apontou que apenas 52% dos brasileiros têm o hábito de ler, sendo que 42% dos leitores dizem ler a Bíblia ou algo relacionado à religião.
A pesquisa mostra ainda que os pré-adolescentes, de 11 a 13 anos, compõem a faixa etária que mais lê no país: 81%.
Outros números de impacto são: 30% dos brasileiros nunca compraram um livro e 16% dos professores não leem livros.
Não apenas a pesquisa, mas diversas falas de personalidades com grande influência coletiva , mostra que o valor social da leitura vem sendo menosprezado, desestimulando o hábito de leitura como formação intelectual.
Contudo, a leitura é tão importante dentro da sala de aula pelos seus reflexos no processo de alfabetização e elaboração de conhecimento de forma ampla, por isso deve ser estimulada sempre, em todas as disciplinas.
Neste contexto, é necessário pensar em estratégias para que os alunos não apenas leiam, mas gostem de ler, e coloquem esse hábito na sua rotina para que consigam estendê-lo também na vida adulta.
Sobre esse assunto, trazemos algumas dicas.
A primeira dica, e talvez a mais importante, é escolher livros adequados para cada faixa etária. E, para separar os títulos adequadamente dentro desta estratégia, é preciso entender o que funciona para cada uma delas.
Nessa faixa etária, durante a Educação Infantil, mesmo não estando na fase da alfabetização escolar – ou estar engatinhando nas primeiras lições –, é preciso relevar que as experiências sensoriais e cognitivas ajudam as crianças a compreenderem o mundo à sua volta.
Por isso, o ideal é que se ofereça a elas títulos com elementos lúdicos: fantoches, dobraduras, muitas cores e desenhos. Também, os educativos, com números, nomes de objetos, de animais, entre outros. Isso fará com que o raciocínio dos pequenos se desenvolva.
🔎 Leia também: Atividades Escolares para celebrar a Literatura Infantil.
Nessa idade, as crianças já iniciaram a alfabetização e estão curiosas em relação às letras, mas as ilustrações ainda são importantes para ajudar na compreensão da história.
Uma boa literatura de entrada para essa idade são as histórias em quadrinhos, com muita ilustração, diálogos curtos, porém bem construídos. Além disso, é mais interessante que as histórias sejam breves e que possam ser lidas de uma só vez.
A partir dos 9 anos, já é possível oferecer livros mais longos e densos, com diferentes gêneros e estilos linguísticos.
O ideal é iniciar essa passagem de fase com títulos que possam ser lidos em dois ou três dias, como os famosos “Diário de um Banana”, e vá aumentando a complexidade da escrita aos poucos, oferecendo, por exemplo, a saga Harry Potter e afins.
Nessa transição, as imagens começam a ficar cada vez mais raras até sumirem de vez. Também é agora que o leitor vai descobrir as suas preferências literárias, que vai carregar para o resto da vida.
Apesar de o jovem já ter autonomia para escolher as suas próprias leituras, são eles os que mais torcem o nariz para os livros. Acostumados a se informarem na internet, muitos sofrem para se concentrar na leitura.
Porém, é na adolescência que alguns títulos clássicos devem ser apresentados , esses, sim, obrigatórios. São escritas que conseguem descrever precisamente contextos históricos, pessoas e sentimentos humanos.
Em leituras universais e atemporais, os clássicos ajudam a compreender nossa natureza e individualidades e, portanto, convidam à reflexão filosófica sobre nós mesmos.
Além disso, são base de repertório para dar origem a diversas outras obras contemporâneas.
Academicamente, auxiliam os alunos a desenvolverem um vocabulário mais rico e uma escrita mais densa, além de desenvolver capacidades que serão exigidas no futuro.
Trabalhar atividades de leitura na escola é um imperativo, mas isso não quer dizer que já exista uma fórmula de sucesso para que os alunos criem esse hábito e o levem para sua rotina.
É certo que, para isso, ler deve ser um ato prazeroso, e há algumas maneiras de colocar os livros no dia a dia sem que pareça ser uma obrigação.
Sobre isso, temos seis dicas de ouro, que mostraremos a seguir:
Uma das principais maneiras de estimular o prazer pela leitura nas crianças é incluir um tempo especialmente dedicado para que possam ler. Para isso, combine com a equipe pedagógica qual será o horário destinado para os livros e em seguida, comunique aos alunos. É importante que essa atividade seja vista como um momento de descontração e diversão, e não como algo avaliativo.
Pode ser que a criança que não tenha o hábito de ler com frequência não saiba ao certo qual o seu gênero literário preferido – o que a estimula a acreditar que não gosta de ler. Uma maneira de incentivá-la nesses casos é oferecendo diversos estilos de livros para que ela consiga aprofundar o seu conhecimento e aos poucos identificar aquilo de que gosta mais.
Os alunos de sua escola precisam conhecer a biblioteca e saber como podem pegar livros emprestados, encontrar os títulos que desejam e se sentirem confortáveis nesse ambiente. Uma iniciativa que o educador pode colocar em prática para auxiliar as crianças é estimular visitas na biblioteca e propor atividades extracurriculares, como pedir para que busquem um determinado livro ou que ajudem o responsável pela biblioteca a deixar o ambiente organizado.
A tecnologia precisa ser reconhecida como uma aliada quando se refere à leitura. Existem diversos aplicativos, sites e dispositivos que oferecem uma excelente experiência de leitura e descoberta de novos títulos e ferramentas. Planeje atividades que façam uso da tecnologia a fim de proporcionar uma experiência de leitura diferente para os alunos, principalmente para aqueles que estão sempre conectados.
Quando for trabalhar o hábito da leitura com os alunos, peça para que a família ajude nessa tarefa. Os pais e os responsáveis podem auxiliar a escola ao perguntarem o que a criança está lendo e como está sendo essa atividade, assim como quais são os seus comentários sobre os elementos presentes na história.
Neste caso, aplicativos de agenda escolar digital, como o app Sponte Agenda Plus, que é totalmente integrado ao sistema Linx Sponte, ajudam a direcionar os pais no sentido das obras que os seus filhos estão tendo contato, e a escola pode orientá-los em como interagir com os seus filhos a partir delas e auxiliá-los no aprendizado.
🔎 Leia mais: Como aproximar a relação entre família e escola?
Para desenvolver o prazer pelos livros com os alunos, é essencial que o educador também seja um leitor, que tenha esse encantamento pela leitura e demostre isso em suas aulas. O professor é um exemplo para o aluno em diversas situações e ao comentar sobre seus livros favoritos e demais assuntos, será uma maneira de incentivar as crianças a buscarem suas preferências e a aprimorarem seus gostos literários.
Conhecer diferentes métodos e estratégias de leitura orienta para a eficácia da compreensão dos textos. Conheça algumas técnicas:
A leitura é um importante hábito e precisa ser estimulada o quanto antes. Assim, as crianças podem se desenvolver da melhor forma como pessoas e como alunos inteligentes e engajados.