A inteligência artificial chegou para transformar como lidamos com a tecnologia e na escola não é diferente. Uma das primeiras ferramentas que se popularizaram nos últimos anos é o ChatGPT, que permite, entre outras funções, a criação de textos sobre qualquer assunto em minutos. Mas uma questão é como o ChatGPT vai impactar na educação nos próximos anos.
Quem gosta de cinema vai entender a referência: parece que foi ontem que assistimos, com espanto, ao filme “A.I. - Inteligência Artificial”, de Steven Spielberg. Lançado em 2001, ele se passa na metade do século 21 e conta a história de um menino-robô criado com inteligência artificial.
Naquele ano, a internet estava começando a se popularizar no Brasil. Não existiam smartphones como conhecemos agora e até os chatbots de atendimento, que utilizam inteligência artificial (A.I.), pareciam algo bem longe da realidade.
Aliás, mesmo que hoje estejamos acostumados a interagir com atendimento de A.I., é comum que essa situação seja frustrante. Por vezes, queremos resolver algum problema específico e, em vez disso, precisamos escolher entre as (poucas) opções oferecidas, que muitas vezes não correspondem com a nossa necessidade.
É por isso que, quando pensamos em A.I., mal podemos acreditar que estamos bem perto de chegar ao menino-robô, mesmo tendo que interagir com chatbots que passam longe de resolver o nosso problema.
Um exemplo de inteligência artificial que surpreendeu a todos foram as que criam qualquer tipo de imagens a partir de comandos simples de texto. Com o mínimo de habilidade para combinar palavras-chaves, você pode ter a figura que precisar.
Mas o futuro também já chegou para a escrita, e a prova disso é o ChatGPT que chamou a atenção do mundo há alguns dias. Esse é um projeto criado pela OpenAI, uma organização americana, sem fins lucrativos, que tem como objetivo desenvolver inteligência artificial de maneira responsável.
Sua popularidade é tamanha que, apenas na semana do seu lançamento, em novembro de 2022, ganhou 5 milhões de usuários — o Facebook demorou mais de um ano para atingir esse número. Em janeiro, já alcançava 100 milhões, sendo 13 milhões de usuários únicos por dia, mais que o dobro de dezembro.
Mas, afinal, por que tanta gente se interessou pelo ChatGPT? E mais: que mudanças ele pode trazer para as escolas? É sobre isso que vamos tratar neste artigo.
Construir máquinas com a capacidade de raciocínio dos humanos é algo que sempre esteve no imaginário coletivo. Tanto é que existem diversas obras artísticas que trazem esse tipo de personagem, mesmo quando tudo parecia muito improvável.
De acordo com um artigo publicado no site Brasil Escola, o estudo de A.I. teve início ainda nos anos 50, durante a Segunda Guerra Mundial, quando os cientistas Hebert Simon e Allen Newell criaram o primeiro laboratório de inteligência artificial na Universidade de Carnegie Mellon. Lá, eles foram pioneiros em tentar desenvolver, usando a ciência da computação, mecanismos e dispositivos que simulam a capacidade do ser humano de pensar. Ou seja, instrumentos artificiais inteligentes. Eles tinham a intenção de criar uma máquina que simulasse uma vida humana.
Conforme um artigo publicado pela Didática Tech, dois dos principais mecanismos utilizados para tal são: Machine Learning (Aprendizado de Máquina) — que dá ao computador a capacidade de aprender, fazendo com que ele possa tomar decisões sem receber um código específico para isso — e Deep Learning — que tem foco nas redes neurais, um sistema inspirado nos neurônios do cérebro humano.
Não é preciso dizer o quanto a tecnologia evoluiu de lá para cá, não é mesmo? Hoje, a inteligência artificial é uma tecnologia que utilizamos rotineiramente, e em diversas situações, tais como:
Com tantas aplicações diferentes, cada A.I. é bastante específica no que se designa, tendo algoritmos e metodologias desenvolvidos para atender ao seu espectro. Por exemplo, a assistente virtual Alexa, da Amazon, pode escolher uma música pra você e trocar a cor da iluminação da sala, mas ela não vai dirigir um carro. Assim, a inteligência artificial não é generalista.
Também é importante ressaltar que, mesmo com tantos avanços, o desenvolvimento de máquinas conscientes ainda está longe. Ou seja, elas podem ser inteligentes, mas não têm consciência.
Nunca se produziu tanto conteúdo como atualmente, e é claro que, hora ou outra, surgiria uma A.I. para facilitar esse processo.
Eis que há poucas semanas o mundo todo passou a comentar sobre o ChatGPT, um assistente virtual de geração de conteúdo automatizado, que é super avançado em inteligência artificial e capaz de produzir textos do zero sobre qualquer assunto e de variados gêneros textuais: relatórios, pesquisa, roteiro, tradução e o que mais se possa imaginar.
Para que ele faça isso, basta pedir. Isso mesmo! Como ele é um chat, ele pode responder perguntas de forma detalhada, contestar premissas incorretas e até se recusar a responder questionamentos inadequados.
Isso é possível porque a Open AI — empresa fundada em 2015 por empresários, pesquisadores e filantropos, incluindo Elon Musk, Sam Altman, Greg Brockman, Ilya Sutskever e Wojciech Zaremba — o treinou com 570 GB de textos disponíveis na internet, entre livros, notícias e fóruns, em um total de 40 bilhões de palavras, em diversas línguas.
Depois, usou a técnica “transfer learning”, quando ele aprendeu a prever as próximas palavras a partir da compreensão dos significados. Por fim, ele foi adaptado para responder perguntas e criar histórias.
Você pode pedir, por exemplo, para escrever uma música como Caetano Veloso ou um texto como os de Ignácio de Loyola Brandão, e ele o fará.
Contudo, como ele ainda está em fase de testes, o ChatGPT apresenta alguns problemas, que são expostos pelos seus desenvolvedores: nem tudo o que ele diz é embasado. Ou seja, nem tudo é verdadeiro. E quanto mais complexa for a questão, mais difícil ele conseguirá criar um raciocínio.
O ChatGPT é uma ferramenta que, intrinsecamente, tem seu aprimoramento contínuo. Ou seja, quanto mais ela for usada, mais ela amplia seu conhecimento e aperfeiçoa sua capacidade de compreender e reproduzir contextos. É por isso que esse recurso pode influenciar todos os tipos de setores, incluindo as escolas.
É impossível frear o desenvolvimento tecnológico, então, conforme eles vão surgindo, tudo ao seu redor vai se adaptando. E não será diferente com os chatbots inteligentes — neste momento melhor representados pelo ChatGPT, mas certamente aparecerão outros.
Com fácil acesso à tecnologia tão avançada, as escolas podem contar com inúmeras vantagens. Confira algumas delas:
Entre as aplicações positivas do chat na educação, há inúmeras possibilidades que integram tendências e transformações para a escola do futuro.
Entre elas estão:
Quando bem aplicado, o ChatGPT é uma ferramenta que vai ajudar os professores a captarem mais a atenção dos alunos, que são nativos digitais, elevando o patamar da sua aula para que a aprendizagem seja infalível.
Não apenas a gestão pedagógica pode se beneficiar do ChatGPT, mas também a secretaria e os gestores na captação e retenção de alunos, especialmente por meio do marketing digital.
As escolas que utilizam as redes sociais como forma de atração sabem bem que não é fácil criar conteúdo todos os dias. Essa é uma tarefa que precisa de planejamento, criatividade, estudo e bastante tempo para ser executada.
Dessa forma, contar com ferramentas com inteligência artificial para criar os conteúdos pode facilitar esse processo, permitindo que a rotina de alimentação das redes sociais seja mais frequente e, ainda assim, mais rápida de ser trabalhada — e com resultados muito melhores.
Agora que já falamos de como o ChatGPT pode ajudar uma escola, tanto na parte pedagógica como na de captação de alunos, chegou o momento de trazer os revezes que esse tipo de tecnologia pode causar para a educação. E o principal deles, já muito comentado, diz respeito às colas.
Isso mesmo! A principal questão levantada sobre a popularização da inteligência artificial na criação de textos é que os alunos podem trapacear nas avaliações escolares, utilizando o ChatGPT para fazer trabalhos, resolver testes, fazer redação, lições de casa, entre outras atividades comumente empregadas como método avaliativo.
Isso ocorre porque, como o bot desenvolve o texto partindo dos comandos, mas usando A.I. para atendê-los, os softwares padrões de detecção de plágio não conseguem provar que o artigo foi escrito por ele.
Um caso que ficou famoso nos últimos dias foi o do professor Darren Hick, que dá aulas em uma escola da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, e pediu para sua turma escrever um artigo de 500 palavras sobre o filósofo do século 18 David Hume e o paradoxo do horror. O que ele não previa é que pegaria um de seus alunos utilizando o ChatGPT na tarefa.
De acordo com Hick, o bot tem uma escrita com estilo limpo, mas reconhecível. “Eu diria que ele escreve como um aluno muito inteligente. Existem palavras estranhas específicas usadas que não estavam erradas, apenas peculiares. Se você estivesse ensinando alguém a escrever uma redação, é assim que você diz a ela para escrevê-la antes que ela descubra seu próprio estilo”, disse o professor, em entrevista ao New York Post.
Se é inevitável barrar a utilização de chatbots com A.I., também é preciso repensar os pontos em que ele pode interferir na eficiência da educação e tentar encontrar uma solução antes que essa tecnologia traga impactos negativos para a sua escola.
A seguir, separamos algumas dicas simples de prevenção que podem ser incluídas já no planejamento do ano letivo.
Se você planeja sua escola para o futuro, já deve estar revendo a forma como avalia os seus alunos.
As avaliações tradicionais já são dadas como obsoletas pelas escolas que entendem a individualidade de cada aluno e a importância de considerar essas singularidades quando o conhecimento é medido.
Aproveite para revisar também as metodologias e usar a tecnologia a favor do aprendizado. O uso do ChatGPT pode ajudar a implantar metodologias ativas muito mais interessantes para os alunos e professores.
Com o bot, fica ainda mais evidente a importânica de se levar em consideração aspectos que vão além das respostas ensaiadas.
Entre eles, destaca-se a criatividade. Quando ela é estimulada, há um aumento na participação, melhora no raciocínio, entre outras particularidades que se mostram mais importantes do que decorar algumas respostas — ou usar A.I. para encontrá-las com facilidade.
Até onde é permitido tirar vantagens com o uso da tecnologia? Onde ela ajuda e onde atrapalha? Quais são os limites entre humanos e máquinas? Quantas mãos de obra serão substituídas pela tecnologia? É justo que sejam?
Todas estas questões permeiam a atualidade e devem ser levadas ao debate desde cedo para que pensamentos críticos sejam construídos acerca do assunto.
O ChatGPT é um ótimo ponto de partida, porque algumas de suas aplicações na educação envolvem diretamente a ética dos alunos.
Mesmo que o senso comum acredite que a substituição de humanos por máquinas seja o futuro, já está muito claro que o sucesso de qualquer atividade envolve a presença de pessoas no seu centro.
Assim também ocorre com o aprendizado: o uso da tecnologia é importante, mas coadjuvante na presença do professor.
Cabe à escola valorizar esse profissional, oferecendo, inclusive, oportunidades para que ele se capacite sobre a aplicação de tecnologias na sala de aula.
O impacto da tecnologia pode ser positivo se você escolher aquelas que atuam a favor da sua escola.
Esse é o caso do Sponte, um software de gestão escolar super completo, que oferece ferramentas pedagógicas, financeiras, organizacionais, de marketing e apoio online.
Com ele, sua escola vai ter menos trabalho manual, mais produtividade e melhor comunicação com a comunidade escolar.
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