Você sabe o que é um nativo digital?
O termo diz respeito às pessoas que nasceram na Era da Informação e, por isso, lidar com tecnologia sempre fez parte da sua rotina. Diferente dos Millennials, por exemplo, que tiveram acesso à internet ou ao uso de smartphones na adolescência, os nativos digitais já nasceram assistindo desenhos via streaming por meio de aplicativo no tablet. Para eles, nunca existiu um mundo diferente dessa realidade.
Sendo assim, as crianças que, hoje, estão em fase de alfabetização, são todas nativas digitais. Portanto, para elas é natural que a tecnologia esteja presente em sala de aula, assim como está em toda a sua rotina.
Por outro lado, há inúmeros fatores que dificultam esse processo, que parece tão natural: falta de investimento em recursos, educadores desatualizados, pedagogos conservadores, materiais didáticos ultrapassados e pais resistentes são alguns dos pontos sensíveis deste assunto.
Contudo, todos os caminhos levam ao uso da tecnologia nos processos de aprendizagem. Mais do que isso: na inclusão de disciplinas que eduquem para o futuro – que, na realidade, já é presente. As inovações precisam fazer parte do dia a dia escolar dessas crianças.
Sabendo disso, o mercado da educação não para de se atualizar, criando recursos com o objetivo de auxiliar não apenas no processo de alfabetização, mas na aprendizagem da educação básica como um todo.
De contação de histórias a jogos de raciocínio, de lógica de programação à interpretação de texto, diversos recursos são lançados diariamente para colaborar com o desenvolvimento intelectual dos pequenos.
Sendo assim, por que ainda há escolas que têm receio em utilizar a tecnologia ? Por que ainda há educadores despreparados para lidar com recursos tecnológicos? E, principalmente, por que ainda se questiona a eficácia destes meios?
Não há dúvida que a educação evoluiu com a democratização da internet, assim como com o desenvolvimento de novas tecnologias. Muitas informações, que eram previamente restritas a um território físico, conseguiram transpor barreiras e alcançar locais onde antes nunca chegariam.
No entanto, a mesma tecnologia que se tornou uma forte aliada também é vista como vilã, já que manter a atenção dos alunos em sala de aula é uma luta diária ainda maior quando há presença de smartphones e outros dispositivos.
Por outro lado, proibir a utilização da tecnologia é não apenas impossível, mas um sacrilégio, já que é possível aproveitá-la para melhorar a qualidade de ensino e o desempenho dos alunos.
Segundo o estudo “O que pensam os professores brasileiros sobre a tecnologia digital em sala de aula?”, em 2017, cerca de 55% dos 4 mil professores entrevistados utilizavam regularmente tecnologia em sala de aula no Brasil. Em 2019, esse índice já era de 76%, de acordo com pesquisa divulgada pela Futura.
Ou seja, a percepção de que a tecnologia no ambiente escolar pode ajudar é uma crescente. Se há alguns anos era comum a proibição dos smartphones em sala de aula, hoje já se tem uma visão diferente.
Sabe-se que o aprendizado não funciona de uma única forma para todas as pessoas. Existem alunos que são visuais, outros que são mais auditivos e outros, ainda, que preferem aprender através da leitura. Logo, o modelo engessado de ensino acaba não tornando dinâmico esse aprendizado. No entanto, a tecnologia é capaz de resolver tudo isso em poucos segundos, já que estudar não precisa ser maçante, mas pode ser divertido – ainda mais no período de alfabetização.
Disponibilizar ferramentas digitais para as crianças que estão aprendendo a ler e a escrever tem trazido importantes mudanças e benefícios no processo de alfabetização.
As inovações estão ajudando as escolas a terem uma educação muito mais adequada às novas gerações, que já vivem no mundo digital. Assim, elas possibilitam uma melhor assimilação do conteúdo, melhoram a motivação dos estudantes e até começam a prepará-los para o mercado de trabalho do futuro.
Leia mais: Profissões do futuro: e a função da escola.
Esses recursos, muitas vezes lúdicos, proporcionam uma experiência mais ampla para as crianças que estão aprendendo as palavras, seus sons e significados.
Também, já é possível encontrar jogos digitais e aplicativos que foram desenvolvidos a fim de incluir crianças com deficiências, tornando a educação inclusiva e adequada.
Lidar com computadores, tablets e smartphones em sala de aula é, sem dúvida, um desafio compensador, pois as crianças estão familiarizadas com esses dispositivos em casa. Isso cria um vínculo com o mundo que eles já conhecem fora da escola.
Além disso, smartphones, tablets e todos esses dispositivos foram pensados para serem atrativos ao extremo, tanto para crianças, quanto para adultos. Assim, seu uso em sala de aula é capaz de manter os pequenos estudantes engajados por mais tempo.
A verdade é que, assim como tudo, e mesmo que seja inevitável, há vantagens e desvantagens em utilizar a tecnologia não apenas em sala de aula, mas na escola como um todo.
Entre elas, podemos levantar alguns pontos importantes que devem ser levados em consideração.
Se um dia o professor foi o único detentor do conhecimento, hoje já nem nos lembramos mais. A internet está repleta de informações de todos os tipos, e mesmo os alunos mais novos já chegam em sala de aula carregados dessas informações sobre os mais variados assuntos.
Trazer conhecimento de casa enriquece o processo de ensino-aprendizagem, assim como utilizar tecnologia em sala de aula amplia as fontes de informação e os meios de aprendizado, auxiliando, inclusive, no envolvimentos dos pais/responsáveis neste processo.
Antes do acesso à internet e a dispositivos de acessos, procurar por conteúdo significava ir à uma biblioteca e pesquisar em livros físicos. Pensar dessa forma agora nos remete a um passado muito remoto, não é mesmo?
Hoje, antes mesmo de aprender a escrever, as crianças já conhecem os mecanismos de busca online e conseguem tirar dúvidas – e, portanto, aprender – por meio de comando de voz.
Isso possibilita que as atividades sejam mais complexas, estimulando o raciocínio e o senso crítico até dos alunos de mais tenra idade.
Além de facilitar o acesso à informação, a tecnologia também proporciona recursos de ensino que tornam as aulas mais divertidas. Apostar no audiovisual e na gamificação, por exemplo, vai engajar mais o aluno porque as aulas serão mais dinâmicas e interessantes, o deixando mais interessado até pelo conteúdo que está sendo abordado.
O debate de que cada aluno aprende de forma diferente já é antigo, e o uso de tecnologia pode ser uma solução viável para que o assunto evolua. Isso porque, por meio dela, é possível promover o desempenho de cada criança individualmente, identificando suas dificuldades e habilidades e desenvolvendo um aprendizado mais assertivo.
Uma habilidade muito interessante de ser desenvolvida é o auto aprendizado. E a tecnologia colabora para que o aluno aprenda por conta própria, como sugere a cultura maker, que estimula com que se coloque a mão na massa.
Na sala de aula, metodologias invertidas desenvolvem essa habilidade nos alunos, e os prepara melhor para o futuro.
O uso da tecnologia na alfabetização ou mesmo para aprimorar o aprendizado não está preso à sala de aula. O acesso às plataformas tecnológicas pode ser feito de qualquer lugar, em qualquer hora do dia.
Isso muda completamente o paradigma da aprendizagem, elimina a necessidade da presença física do professor, ajuda a envolver mais os pais e abre diversas possibilidades a serem exploradas.
O uso de aplicativos, como o Sponte Agenda Plus, permite comunicação em tempo real e um acompanhamento mais efetivo da vida escolar dos alunos pelos responsáveis. Melhorar a comunicação torna a comunidade escolar mais próxima, o que colabora para um melhor desempenho das crianças pela aproximação dos pais na vida escolar dos filhos.
A distração é, sem dúvida, o maior obstáculo do uso de tecnologia, não somente na sala de aula, mas no dia a dia das crianças. A atenção se tornou um recurso escasso entre os nativos digitais, e toda a equipe pedagógica deve levar em conta esse problema no momento de planejar as aulas.
Outro grande desafio é buscar informações de qualidade na internet. Com todo mundo publicando o que quiser, a qualquer momento o aluno pode encontrar conteúdo inverídico. É preciso orientar sobre fontes seguras, além de incentivar que toda informação seja questionada com inteligência, estimulando o pensamento crítico.
Utilizar a tecnologia na sala de aula e no processo de alfabetização é algo que precisa ter um bom planejamento para que não seja apenas uma distração para as crianças.
Primeiro, é importante saber que aplicar tecnologia no processo de alfabetização exige alguns investimentos para manter a qualidade do ensino de uma forma interessante.
Depois, ouvir o que o aluno tem a dizer é sempre uma boa ideia. Afinal, eles são o foco, são nativos digitais e podem apontar caminhos para um aprendizado mais eficiente. Vale uma conversa aberta para escutar o que eles pensam, sempre na supervisão de um educador que esteja habituado a lidar com a faixa etária em questão.
Por fim, se a sua escola não está habituada ao uso de tecnologia, é indicado contratar o serviço de um consultor ou uma consultoria especializada para planejar uma transição responsável, com treinamento e indicação de equipamentos e serviços necessários para atender a educação dos alunos de forma integral.
O corpo docente da escola deve elaborar um plano de aulas e atividades que apresente as ferramentas educativas da era digital.
A escola também pode solicitar apoio por parte das famílias, de forma que os pais e responsáveis dos alunos os ajudem a explorar as ferramentas digitais e a aprender com os recursos disponíveis.
Vale sempre ressaltar que a tecnologia na educação como um todo e, principalmente, no processo de alfabetização, tem o papel de ser um suporte, uma ferramenta otimizadora, jamais uma substituta para a atuação dos educadores.
O professor ainda possui uma atribuição fundamental como orientador. O docente precisa articular conteúdos e recursos tecnológicos constantemente, para garantir a compreensão dos pequenos durante as atividades.
Outro cuidado essencial da equipe pedagógica para esse tipo de abordagem é elencar os objetivos de cada atividade que utiliza a tecnologia. Ou seja, qual é o conhecimento que precisa ser adquirido ao longo das aulas com os conteúdos tratados?
O uso de tecnologias geralmente está inserido dentro de metodologias ativas de aprendizado, nas quais o aluno assume o papel de protagonista de sua própria jornada educativa.
Leia mais: 4 passos para tornar seu aluno o protagonista do próprio aprendizado.
Sendo assim, o professor também precisa incentivar a dinâmica “ação-reflexão-ação”, para que a tecnologia realmente ajude o aluno a desenvolver seu conhecimento.
Caso contrário, o estudante pode até ganhar em todos os níveis do jogo, porém, sem ter fixado conteúdo algum, ou sem entender como o jogo se relaciona com o que ele está aprendendo na escola.
Por fim, também é papel do professor supervisionar os alunos, para evitar o acesso a conteúdos inapropriados ou que não se conectam com o propósito da aula.
Em muitos casos, os jogos e aplicativos são vistos apenas como ferramentas para distrair as crianças. Porém, é possível encontrar opções que são verdadeiros recursos educativos e se tornam aliados dos professores em sala de aula.
Confira as principais maneiras de fazer uso da tecnologia no processo de alfabetização:
Existem jogos que contam com várias fases, nas quais a criança só avança de nível ao acertar a escrita das palavras e/ou indicar corretamente o nome de algo que está sendo mostrado em uma imagem do jogo.
É uma maneira de ensinar a criança a escrever seu próprio nome, além de entender a escrita de cores, objetos e animais por meio de uma atividade lúdica.
Mesmo que a dinâmica seja simples, o fato de as crianças estarem em um computador, em um esquema de jogo, já é um estímulo para que se mantenham focadas e motivadas durante a atividade.
A contação de histórias já é uma atividade tradicional no processo de letramento, mas as novas ferramentas tecnológicas vieram para dar uma nova cara a essa atividade.
Com objetivo de exercitar a criatividade e o interesse do aluno, existem diversos aplicativos de contação de histórias que permitem que a criança grave a sua própria voz lendo a narrativa ou complemente o final da história com o que desejar incluir, ou até crie uma história totalmente nova.
A pesquisa tem um papel importante para a formação dos alunos, pois é a partir dela que eles tomam as rédeas do seu próprio processo educacional. É a oportunidade de aprender com mais autonomia o conteúdo das disciplinas e até de ir além, sanando curiosidades que possam surgir.
A internet é, atualmente, a maior e mais completa fonte de pesquisa do mundo, podendo ser acessada com muita facilidade por alunos e professores.
Sendo assim, o principal desafio aqui não é como introduzir essa ferramenta na rotina das aulas, mas sim como manter seu sentido sem que o aluno se perca. Afinal, com a quantidade exorbitante de informações disponíveis online, uma criança pode se desviar facilmente do objetivo da atividade.
No entanto, a orientação do professor ainda faz toda a diferença para que eles consigam atingir os objetivos propostos da melhor forma e conectem os conceitos da pesquisa com os conhecimentos adquiridos em outras aulas.
Além disso, a atividade de pesquisa guiada é fundamental para o processo de letramento digital, muito necessário para que a criança se torne um adulto ciente de como usar a tecnologia de forma responsável e benéfica. Isso se mostra relevante, principalmente durante as aulas remotas.
Saiba mais: Como manter o engajamento dos alunos com as aulas online?
A leitura é um exercício essencial no processo de alfabetização. Sabendo disso, os livros digitais estão se tornando cada vez mais populares por apresentarem mais interatividade com o leitor, com imagens e partes clicáveis nos textos, figuras animadas, possibilidade de emitir sons, entre outras formas de fazer com que a criança interaja mais com a história que está lendo.
Muito úteis, tanto para as aulas presenciais quanto para as aulas online, os livros digitais não requerem um equipamento específico. Basta contar com um computador, ou mesmo um smartphone, conectado à internet. Também por isso, sua distribuição entre os alunos se torna muito mais fácil.
No entanto, se o professor deseja tornar tudo ainda mais lúdico, é possível encontrar programas online que convertem qualquer arquivo no formato PDF em livros com efeito 3D, simulando como seria a disposição das páginas de um livro impresso até o virar de páginas ao clicar no mouse.
Há, ainda, exemplares que contam com figuras animadas que chamam a atenção das crianças.
Para aplicar a tecnologia no dia a dia dos seus alunos, também é preciso contar com as inovações digitais dentro da sua escola. E isso não se resume a ter um laboratório de informática e uma lousa digital.
Uma gestão organizada de forma tecnológica e eficiente, capaz de abordar todos os fatores do dia a dia escolar também se faz necessária.
Além disso, é fundamental contar com aplicativos para lançar notas, distribuir atividades e acompanhar o desempenho dos alunos, com uma comunicação direta com a família. E, para ter tudo isso, você precisa de um bom Software de Gestão Educacional, como o Sponte.