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Como adaptar a BNCC às aulas online?

4 min de leitura

Impossível negar que a pandemia do novo coronavírus virou a rotina de todos de pernas para o ar. O cotidiano escolar, em especial, sofreu impactos muito profundos com a obrigatoriedade do isolamento social.

Impossível negar que a pandemia do novo coronavírus virou a rotina de todos de pernas para o ar. O cotidiano escolar, em especial, sofreu impactos muito profundos com a obrigatoriedade do isolamento social. 

Afinal, como dar aulas sem a escola? Estávamos acostumados com uma agenda fixa que ditava o dia a dia dentro de sala de aula: algo que há muito tempo não sofria mudanças tão radicais. 

Com a chegada da quarentena, a solução para tentar manter a rotina e o processo educacional dos alunos da forma mais normal possível foi fazer uso das tecnologias para o ensino a distância.

A prática, que é mais comum em cursos de idiomas, profissionalizantes e no ensino superior, se apresentou um imenso desafio para os professores, sobretudo do ensino básico, que estavam acostumados com metodologias pedagógicas presenciais. 

As perguntas eram diversas: como ministrar uma aula à distância? Como utilizar os recursos da plataforma? Como competir com a internet pela atenção do aluno? Até que ponto um ambiente diferente pode beneficiar ou prejudicar o andamento da aula? Como lidar com a família do aluno?

Aos poucos, professores e gestores escolares foram se adaptando a essa nova realidade e também adaptando a modalidade EAD à realidade da instituição, dos alunos e suas respectivas famílias. Ainda assim, algumas dúvidas ainda pairam no ar dos profissionais da educação.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) guia os passos da coordenação e do plano pedagógico das instituições de ensino. Contudo, era muito mais fácil visualizar como cumprir com as diretrizes no ensino tradicional, com o qual todos estávamos acostumados. 

No contexto do ensino não presencial, corresponder com o que é esperado pela BNCC é um desafio que ainda gera muitos questionamentos.

Neste post vamos abordar justamente como cumprir com o que é esperado pelas competências da Base Nacional Comum Curricular em um sistema de aulas online. Acompanhe:

As competências gerais da educação básica

Como adaptar a BNCC nas aulas online? | Sponte

As competências gerais da BNCC permeiam todas as etapas da educação básica. As formas de adaptação do conteúdo podem variar de acordo com cada escola, seu material didático, dinâmica do professor, modelo de gestão, etc. 

Portanto, adaptar as aulas online às competências gerais é a chave para fazer a metodologia do ensino à distância funcionar seguindo as diretrizes básicas do documento proposto pelo Ministério da Educação.

O documento da Base Nacional Comum Curricular está disponível na íntegra, gratuitamente, pelo Ministério da Educação (para acessar clique no link).

As competências gerais são escritas de forma simples, clara, e ainda assim são muito significativas. Para que possamos contextualizá-las e entender como o ensino online pode se adaptar aos seus requerimentos, vamos lembrá-las rapidamente:

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Adaptando as aulas online às competências gerais

Após relembrarmos as competências gerais propostas pela BNCC, podemos observar os valores que são levantados pelo documento oficial. São eles que guiarão as adaptações das dinâmicas do ensino presencial para o ensino online, a fim de manter as atividades alinhadas com o que pede a Base Nacional Comum Curricular.

Dentre as competências fala-se da importância da valorização da curiosidade intelectual, do próprio conhecimento e de sua utilização (pontos um e dois). 

As modalidades de ensino à distância e híbrida têm em sua essência o incentivo à autonomia do aluno em relação ao seu próprio processo de aprendizado. 

Portanto, a utilização de dinâmicas em aula que estimulem a proatividade do aluno em relação à busca de conhecimento é essencial para alcançar esses valores abordados nas competências gerais.

Atividades interativas, ou propostas com auxílio da internet como ferramenta de pesquisa e fonte de conhecimento são práticas ideais para que o aluno busque o próprio saber. 

Obviamente, o professor deve sempre estar na posição de mentor e orientador, garantindo que o conhecimento adquirido não seja incompleto ou mesmo equivocado.

A gestão escolar, por sua vez, tem como compromisso guiar e instruir os professores, sobretudo os que atuam no ensino infantil e fundamental. É importante que toda a instituição esteja alinhada com as novas práticas pedagógicas.

Como vimos também, o tópico cinco fala especificamente sobre tratar do uso das tecnologias digitais de informação e de comunicação. Os alunos devem aprender a utilizar essas tecnologias de forma responsável, consciente, reflexiva e ética. 

Como os alunos estão inseridos mais do que nunca no meio digital, esta é a oportunidade de trabalhar essas questões com eles.

Através de debates e rodas de conversa propostas tanto por professores quanto por iniciativa da gestão escolar e pedagógica, é possível trazer à tona assuntos essenciais para a reflexão dos alunos no meio digital, como “responsabilidade na web”, “fake news”, “cyberbullying”, entre outros. 

Fazer isso dentro de um ambiente online faz todo sentido, sobretudo atualmente, com uma juventude cada vez mais conectada.

Outro ponto importante a ser trabalhado com os alunos, tanto por ser exigido pela BNCC nos pontos nove e dez quanto pela importância social que o assunto tem, é a valorização da saúde física, mental e emocional, bem como o exercício de características como empatia, abertura ao diálogo, respeito e ética.

Esse tipo de assunto vai além dos professores em sala de aula e é de grande interesse para a gestão pedagógica e escolar. 

Muitas escolas já estão adotando ações e programas de valorização da saúde mental e emocional, sobretudo durante o período de pandemia e isolamento social. Esse é o tipo de ação que beneficia não só o aluno, mas também toda a comunidade escolar.

Por fim, a BNCC cita em diversos pontos sobre o respeito à cultura, à diversidade e às manifestações artísticas. Além das dinâmicas em salas de aula e dos já citados programas implementados pela gestão escolar, muitos professores já estão incentivando a valorização cultural e social em suas aulas. 

Muitas vezes os professores associam a matéria a assuntos relacionados ao cotidiano dos alunos, como redes sociais e suas particularidades, como memes e conteúdos virais de entretenimento.

Diversos casos mostram grande aceitação por parte dos alunos em relação a aulas do tipo, que trazem o cotidiano do aluno para a sala de aula virtual. 

Ter o dia a dia do aluno na internet como ponto de partida para discussões que contemplem os valores trazidos nas competências gerais da BNCC é justamente o que se espera dos modelos de ensino contemporâneos. 

Essa prática estende a escola e o conhecimento adquirido pelos alunos para fora dos muros da instituição, rompendo o pensamento errôneo que muitos alunos possuem de que o que se aprende na escola não tem utilidade no “mundo real”, sendo que é justamente o oposto. Os conhecimentos estudados em sala surgem justamente da realidade.

Como a gestão escolar pode ajudar ainda mais nesse processo?

Como adaptar a BNCC nas aulas online? | Sponte

O papel da gestão escolar nesse processo passa, como dito anteriormente, pela implementação de políticas socioeducativas e inclusivas para a comunidade escolar, além de programas de apoio à saúde mental do aluno. 

Contudo, nessa nova empreitada é necessário investir na relação com o corpo docente. Afinal, é um desafio para todos os envolvidos no processo, ainda mais para os professores, que já estão lidando com todas as mudanças na prática.

Tendo isso em mente, recomenda-se que a escola incentive e promova a educação continuada do corpo docente, através de workshops, cursos e oficinas para que todos estejam a par das possibilidades que o sistema de aulas online oferece. 

Ações como essa também incentivam o professor a criar e moldar a metodologia conforme as necessidades de cada turma.

E na sua escola? Quais práticas estão sendo utilizadas para manter o processo de aprendizado dos alunos alinhados com a BNCC mesmo através das aulas online? Compartilhe sua experiência nos comentários!

Se quiser saber ainda mais sobre a BNCC e como implantar suas diretrizes em sua escola, confira nosso eBook sobre o assunto:

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Executivo com mais de 16 anos de experiência nas áreas de Tecnologia e Educação, liderando a gestão de produtos, marketing e experiência do cliente. Graduado em Tecnologia e especialista em Gestão de Negócios. Atualmente, é Diretor de Negócios da Sponte

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