Parte importante do papel do líder escolar na gestão administrativa é garantir a qualidade do trabalho de sua equipe. Para isso, é fundamental realizar a avaliação de desempenho escolar dos funcionários.
Esse acompanhamento periódico deve ser feito com todos os colaboradores da escola — inclusive professores e equipe de gestão pedagógica. Mas é preciso considerar que cada setor tem diferentes resultados educacionais e indicadores de desempenho.
Também é fundamental estabelecer critérios claros de avaliação, além de contar com boas estratégias para que esse processo seja realmente efetivo.
Levando tudo isso em conta, preparamos um pequeno manual para ajudar sua escola a fazer a avaliação de desempenho escolar de funcionários e professores. Confira:
Para começar, podemos afirmar que a avaliação periódica é uma das condições para garantir o desenvolvimento profissional docente e dos outros funcionários da escola.
Isso porque ela permite identificar quais são os pontos fracos e as áreas de melhoria de sua equipe. A partir desse conhecimento, você pode analisar quais são os treinamentos, cursos e capacitações necessários para que todos os profissionais possam progredir e melhorar a realidade da escola.
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No mesmo sentido, é possível identificar conflitos e incompatibilidades dos profissionais com os valores e com a missão da escola. Assim, a avaliação ajuda a entender quando é válido investir em capacitação e quando o melhor é buscar novas contratações.
Por outro lado, essa prática também ajuda a reconhecer os pontos fortes de sua equipe escolar e ver quais profissionais realmente vestem a camisa da instituição. Dessa forma, ela dá suporte para decisões como promoção, aumento de remuneração e distribuição de responsabilidades.
Com tudo isso, a avaliação de desempenho escolar permite melhorar sua escola como um todo, desde os resultados educacionais até a eficiência da gestão .
Lembre-se de que a avaliação de desempenho escolar dos professores e funcionários deve fazer parte de um processo maior, que é o acompanhamento da gestão escolar como um todo.
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Os indicadores de desempenho na equipe escolar variam de acordo com a função do profissional. Afinal, as características de um bom professor são um pouco diferentes das habilidades esperadas em um secretário, por exemplo.
Portanto, vamos abordar um pouco dessas métricas e critérios separadamente, de acordo com o cargo do profissional. Mas, primeiro, podemos falar de algumas competências que são esperadas em toda a equipe escolar.
Sua avaliação de desempenho escolar deve apurar, por exemplo, a pontualidade de cada colaborador, sua disposição para o trabalho, sua flexibilidade e resiliência para lidar com problemas.
Outros pontos importantes são a motivação para vestir a camisa da escola e a capacidade de trabalhar em equipe sem conflitos e de forma produtiva.
Saber usar ferramentas digitais também é uma boa pedida, principalmente para profissionais que precisam trabalhar com a tecnologia, como professores e secretários que utilizam o sistema de gestão escolar.
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Para falarmos sobre critérios específicos, podemos começar com os colaboradores envolvidos na gestão escolar.
As principais competências do diretor — além das que já comentamos — são:
A equipe responsável pela gestão pedagógica, por sua vez, precisa também de conhecimento da área educacional, com noções sobre metodologias de ensino, e a desenvoltura para lidar diretamente com os alunos.
Já os profissionais de multimeios precisam, obviamente, ser bons com tecnologia. Além disso, precisam ter uma boa comunicação para explicar as ferramentas e funcionalidades para o restante da equipe.
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Os critérios para avaliar os responsáveis pela secretaria são, além dos já mencionados, a organização, a produtividade e a agilidade com os registros escolares, assim como a desenvoltura para atender à comunidade escolar.
Bibliotecários também precisam de organização e agilidade, além de vasto conhecimento sobre o acervo. Vale a pena também avaliar se eles têm boa relação com os alunos e se têm iniciativa para promover atividades extras, como rodas de leitura e clube do livro.
A avaliação dos profissionais da cozinha deve levar em conta critérios como limpeza, organização do espaço, agilidade e, é claro, habilidades culinárias.
A análise dos trabalhadores de limpeza deve considerar se eles são prestativos, cuidadosos e atenciosos com as demandas da escola.
Enfim, deixamos por último os professores, porque a avaliação deles envolve vários pontos, como desenvoltura e didática, conhecimento da disciplina, estruturação do plano de aula, uso de mídias e ferramentas tecnológicas, inteligência emocional e muito mais.
Temos um texto completo que fala um pouco mais sobre como avaliar e coordenar sua equipe docente. Confira: Tudo sobre gestão de professores na escola.
A partir desses indicadores de desempenho, podemos discutir diferentes formas de avaliar sua equipe escolar.
Mas, antes mesmo de apresentarmos cada estratégia avaliativa, é importante destacar que elas não são excludentes. Sua gestão escolar pode usar um combinado de várias delas, principalmente porque algumas têm como foco as pessoas envolvidas, enquanto outras discutem quais resultados devem ser analisados.
Confira:
Esta é uma avaliação simples e direta, que se baseia especificamente nos indicadores de desempenho apresentados anteriormente.
Para realizá-la, reúna uma lista de indicadores que fazem sentido para um profissional específico e atribua uma “nota” para cada um deles. Essa nota pode ser de 1 a 10 ou partir de conceitos como “excelente”, “satisfatório”, “mediano”, “insatisfatório” e “bastante insatisfatório”. Dependendo da situação, é válido acrescentar comentários.
Essa estratégia é interessante em conjunto com qualquer uma das outras, dando uma base de suporte clara para feedbacks e acompanhamento de desempenho no longo prazo.
Esta estratégia trata de qualidades e habilidades do profissional a partir de três fatores conhecidos como “CHA”:
C – Conhecimento a respeito de sua área de trabalho, ou “saber algo”
H – Habilidade e domínio de suas demandas, ou “saber fazer”
A – Atitude, disposição e motivação no desempenho de suas atividades, ou “querer fazer”
A partir disso, o avaliador entrega ao funcionário um questionário com várias competências técnicas e comportamentais que se encaixem nesses três elementos.
O colaborador deve responder às questões, como uma autoavaliação, indicando o que já possui, quais competências estão em desenvolvimento e quais ainda deve buscar desenvolver.
Com essas respostas em mãos, o líder escolar conversa com o colaborador para traçar estratégias de melhoria.
Para esta estratégia, é preciso definir metas e objetivos para a equipe, além de quadros de metas individuais para cada colaborador. As informações devem estar disponíveis para todos.
Dentro de um recorte de tempo definido pela gestão escolar, você deverá analisar se o funcionário alcançou seus objetivos.
Cada meta pode ter um peso diferente, de acordo com sua dificuldade e sua importância para a escola. Então, a partir dessa análise, é possível estabelecer uma nota para o colaborador.
Essa prática avaliativa começa com um questionário em que o funcionário deve responder sobre sua própria atuação, indicando pontos fortes, mas também questões que poderia melhorar.
Essa é uma oportunidade para o colaborador refletir sobre seus resultados e seu comportamento de forma aprofundada, identificando seus próprios limites, o que abre as portas para muito crescimento profissional.
O gestor, na sequência, confere as respostas e reúne-se com o funcionário para avaliar como é possível evoluir.
Neste modelo, o responsável pela avaliação é o superior imediato do funcionário, que tem maior proximidade com ele e acompanha seu trabalho no dia a dia.
Ele tem apoio do RH para montar um sistema de avaliação, mas a aplicação fica sob sua alçada. A limitação, no entanto, é a subjetividade do processo e a proximidade pode acabar fazendo o gestor não ser tão imparcial.
Aqui há uma avaliação que reúne o gestor e o colaborador, que avaliam um ao outro em uma troca de feedbacks, junto com o RH, com o objetivo de permitir a evolução na escola.
Se sua equipe tiver uma boa cultura de colaboração, isso pode ser muito positivo. Mas, sem um cuidado adequado, é possível que essa estratégia acabe gerando conflitos.
Este é um método mais recente em que a avaliação de desempenho é feita com envolvimento maior de pessoas. Toda a equipe faz sua própria análise dos colegas e da chefia, o que permite uma visão mais ampla e equilibrada de cada profissional.
O líder e o RH, então, têm a função de usar esses dados para avaliar o time.
Saber aplicar boas técnicas de avaliação é um passo importante para uma escola do futuro. Quer saber mais sobre isso? Então confira esta palestra:
Seguindo as orientações que trouxemos até aqui, você já tem um caminho organizado e efetivo para fazer ótimas avaliações de desempenho escolar de sua equipe. Mas, para dar ainda mais eficiência, organizamos algumas dicas extras.
Primeiro, busque contar com uma equipe avaliadora qualificada para esse trabalho. A função não pode ficar totalmente nos ombros do gestor.
Na sequência, defina objetivos claros para sua equipe e para a avaliação. Assim, fica mais fácil entender onde sua escola quer chegar e qual é o caminho até lá.
No mesmo sentido, converse com os funcionários sobre esses objetivos, para alinhar as expectativas de todos.
Também é essencial coletar dados levantados durante a avaliação e mantê-los registrados de forma segura e acessível. Assim, é possível acompanhar a evolução de colaboradores e equipes no longo prazo.
Outro ponto indispensável são os feedbacks. Sempre, depois das avaliações, converse com sua equipe e mostre os pontos fracos e as questões que precisam melhorar. Sem isso, é muito mais difícil ter qualquer avanço.
Por fim, busque implementar um programa de avaliação de desempenho escolar de longo prazo, com análises frequentes e um planejamento claro, que esteja dentro das missões, valores e objetivos de sua escola.
Afinal, apenas com um bom planejamento é possível vencer na realidade da educação do futuro.
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