Um dos valores mais importantes que um indivíduo pode desenvolver é o respeito pelo próximo. Saber aceitar a diversidade e viver em harmonia com ela é indispensável em uma sociedade tão plural como a nossa.
Assim, é papel da escola incentivar esse respeito à diversidade, pois é no ambiente escolar que o aluno provavelmente terá seus primeiros contatos com as mais diversas jornadas, pessoas e opiniões diferentes das suas.
Tendo isso em mente e sabendo do atributo fundamental das instituições de ensino em serem inclusivas para todos os estudantes, independentemente de suas diferenças, é preciso estender essa compreensão para além da sala de aula.
Entretanto, trabalhar com as diferenças entre os alunos pode ser uma tarefa desafiadora.
Por isso, neste artigo, temos o objetivo de mostrar como pequenas mudanças de hábitos podem fazer uma grande diferença na comunicação e nas relações entre os estudantes e todos os membros da comunidade escolar. Confira!
Promova a aceitação na comunidade escolar
Evite expressões e atividades excludentes no ambiente escolar
Busque instigar o pensamento crítico e o questionamento
Desconstrua ideias do senso comum em sua escola
Conheça os benefícios de trabalhar a diversidade na educação básica
Para promover relações escolares saudáveis, é essencial demonstrar aos estudantes a importância de aceitar a realidade do outro e respeitá-la. Mas, para tanto, é necessário também trabalhar a autoaceitação.
O professor tem um papel fundamental nesse sentido, ao explicar aos alunos que está tudo bem em ser diferente e que isso faz parte da experiência humana — ainda mais nesse momento de formação.
Essas ações também fazem parte das competências do diretor escolar, assim como dos coordenadores e outros gestores da instituição. É essencial que todos atuem para incentivar a aceitação nos grupos de estudantes.
Os alunos, especialmente as crianças, precisam saber que cada pessoa tem seu próprio ritmo de aprendizagem, personalidade e até aparência. Afinal, sem esse cuidado na aprendizagem, a tendência é que os estudantes reproduzam dois comportamentos altamente prejudiciais:
Assim, é papel do professor e dos coordenadores mostrarem que está tudo bem ter traços diferentes e que é essa pluralidade que faz a experiência humana ser tão rica!
Para tanto, é essencial desenvolver as habilidades socioemocionais de seus alunos na educação básica.
Algumas expressões fizeram tanto parte do nosso vocabulário que não nos damos conta do quão excludentes elas podem ser.
Frases como “se comporte com uma mocinha”, “não chore, você é um homem forte”, por exemplo, são problemáticas, sexistas e pouco inclusivas. Elas pressupõem que há comportamentos específicos para meninos e meninas, o que não é — ou não deveria ser — esperado de uma escola plural.
Lembre-se sempre de que “porque você é mulher” ou “porque você é homem” não são argumentos para impedir que um estudante faça algo ou se comporte de determinada maneira.
Seguindo essa mesma linha, é preciso reavaliar as atividades promovidas em sala. Em uma tarefa sobre profissões, motive as garotas a falarem e estudarem sobre trabalhos que costumam ser vistos como mais “masculinos”. Da mesma forma, incentive os garotos a estudarem sobre dança e moda, se isso fizer parte de seus interesses.
Com essa atitude, você demonstra que as profissões não são limitadas pelo gênero e, a partir disso, promove maior respeito entre os alunos e passa uma visão mais abrangente sobre o mundo.
Outro exemplo de frase problemática é: “use o lápis cor de pele para pintar o desenho”. Ela deve ser excluída da comunicação escolar, pois parte da ideia de que há uma tonalidade padrão para a cor de pele, o que é um grande equívoco.
Ao evitar esse tipo de expressão, você garante que nenhum aluno se sinta incomodado ou diminuído por aquela cor não representar o tom de sua pele.
Há diversas maneiras de fazer com que todos os estudantes participem das atividades e não se sintam excluídos.
Busque explorar as diferentes realidades de cada aluno, fale sobre diversidade cultural, promova debates e discussões a respeito dos papéis de gênero e tente instigar os alunos a questionarem os valores e a sociedade à sua volta.
Desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, usar a literatura é uma ótima forma de introduzir essa forma de reflexão e, acredite, as crianças têm muito a dizer e a nos ensinar. É preciso saber ouvi-las.
Para os jovens, usar recursos audiovisuais ajuda a promover debates, sempre trazendo assuntos que os interessam e que são pertinentes para o seu desenvolvimento.
Aulas de Geografia, História, Sociologia, Filosofia, Língua Estrangeira e Língua Portuguesa são os cenários ideias para debates. É preciso saber aproveitar esses momentos.
A aplicação de metodologias ativas, colocando seus alunos como protagonistas do próprio aprendizado, é uma excelente forma de incentivar esses momentos. Assim, sua escola pode trabalhar assuntos necessários, como o respeito à diversidade, formando adultos conscientes e preparados para o convívio social.
Em idade de formação, as crianças costumam reproduzir ideias e comportamentos que viram em familiares e em conhecidos. Esses posicionamentos nem sempre estão de acordo com o incentivo à diversidade e é preciso quebrar esse ciclo de repetição sem questionamento.
Por exemplo, a ideia de que os seres humanos são todos iguais merece atenção. Ainda que todas as pessoas devam, sim, ser tratadas com igualdade, é importante destacar que há individualidades relevantes que fazem com que cada um seja especial e único.
Inclusive, são os traços que o diferenciam dos outros que fazem um indivíduo ser especial. É preciso explorar as diferenças e não camuflá-las com uma meia verdade.
O diverso é a regra e não a exceção, sendo que o oposto disso é amplamente ensinado na sociedade como um todo.
Outras ideias merecem desconstrução. Para isso, o docente e o coordenador pedagógico têm o papel fundamental de identificar os comportamentos e trabalhá-los de forma sutil, de modo a estimular a diversidade.
A partir de uma educação libertadora é possível garantir o respeito às diferenças e um ambiente muito mais saudável para os alunos. Aposte nessas pequenas atitudes e veja a mudança acontecer em sua escola!
O respeito à diversidade é um dos pilares da Constituição Federal de 1988 e também está presente nas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Isto é, o respeito à diversidade deve ser visto como uma competência básica a ser desenvolvida no âmbito escolar. É extremamente importante que a escola assuma esse compromisso, uma vez que ele reflete na sociedade do futuro.
Além disso, o Plano Nacional de Educação (PNE) reforça a necessidade de uma educação inclusiva, capaz de eliminar toda e qualquer manifestação de discriminação, intolerância e preconceito.
Já em solo internacional, o respeito à diversidade é uma habilidade central dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), elaborados pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de atingir as igualdades, de gênero e raciais, no mundo todo.
Diante disso, é claro que trabalhar a diversidade é enriquecedor para o ambiente escolar. Entre os maiores benefícios, é possível citar:
Ao saber que há diferenças e que elas precisam ser respeitadas, muitas questões sociais são resolvidas, como a incidência do discurso de ódio em redes sociais e crimes de intolerância. É na escola que o aluno tem contato com um universo diferente do seu e, por isso, é necessário que essa instituição assuma o compromisso de incentivar a diversidade.
E na sua instituição? Em quais boas atitudes você aposta para promover o respeito entre os alunos? Já utiliza alguma das estratégias das quais falamos? Vai passar a usar alguma? Deixe seu comentário!
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