É fundamental saber transmitir de maneira eficaz um feedback na escola, pois, para muitos alunos, a hora de esse momento pode causar uma sensação desconfortável, em decorrência da avaliação e julgamentos enfrentados.
Esse desconforto pode ser consequência de um feedback mal transmitido, no qual não houve cuidado na escolha das palavras, nem preocupação em expor os pontos fortes e os aspectos que o estudante deve progredir.
Sendo assim, um momento que era para ser de troca de experiências e conselhos se torna algo traumático, gerando desconforto tanto para quem está recebendo essa avaliação quanto para quem a está transmitindo, que pode ser o professor, coordenador pedagógico, diretor ou outro integrante da equipe escolar.
Isto é: feedbacks mal planejados e executados dificilmente terão resultados positivos em sua gestão escolar. Pelo contrário, eles podem atingir negativamente os alunos, prejudicar a autoestima e até afetar o comportamento na escola.
Então, para aprimorar esse processo dentro de sua escola, é preciso entender melhor como ele deve funcionar. Antes de mais nada, é importante pontuar que um feedback não é uma bronca, ou mesmo a oportunidade de dar uma lição de moral no estudante.
O ideal é que ele seja em tom de conversa, com o objetivo de melhorar o desempenho, o comportamento ou a postura de alguém. Assim, deve servir como uma ferramenta de aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem.
Feito de forma agradável, como um diálogo aberto e construtivo, o feedback pode realmente fazer esse aluno evoluir. E isso vale tanto para crianças na Educação Infantil quanto para adolescentes no Ensino Médio: um bate-papo franco é um excelente caminho para ajudá-los a se desenvolverem.
Tendo em vista que, em sua escola, é preciso pensar em avaliações, reuniões e feedbacks com frequência, preparamos algumas dicas para melhorar essa troca de ideias e transformar esse momento em algo produtivo e enriquecedor para educadores e educandos.
Continue sua leitura e aprenda, em alguns passos, como transmitir um feedback de qualidade a todos, de forma simples e prática e sempre que precisar. Saiba também como essa estratégia pode servir, inclusive, para melhorar a equipe de sua escola.
Como construir um feedback de qualidade?
Quais são as vantagens de passar um feedback bem-feito?
Dicas para transmitir feedbacks construtivos
Desenvolva uma cultura de feedbacks na escola
Você sabia que oratória já foi um esporte olímpico? Nos primórdios da competição, saber se expressar em público e usar as palavras adequadas no momento certo era uma atividade digna de medalha de ouro.
Apesar de a modalidade não existir há muito tempo, a história nos deixa um aprendizado. Tal como qualquer esporte, ter o domínio das palavras que você usa requer planejamento, treinamento e objetivos claros.
Desse modo, ao transmitir um feedback para alunos, ou mesmo para outros membros da equipe escolar, planejar o seu discurso de antemão e ter um roteiro do que falar é uma excelente forma de aumentar a efetividade do processo.
Isso porque a organização ajudará com que a mensagem seja formulada cuidadosamente e chegue com mais clareza ao destinatário, ou seja, você será melhor compreendido pelo aluno ou até mesmo pela equipe.
Mas como organizar o discurso de forma efetiva? Claro que isso vai depender do seu objetivo e das características do aluno que vai receber o feedback, porém, você pode pensar nos seguintes critérios:
Um feedback que segue esses critérios é efetivo ao aluno e facilita muito o trabalho do educador. Contudo, lembre-se de que esse processo deve ser personalizado, de aluno para aluno ou de turma para turma.
A falta de preparo de gestores em avaliar pode gerar situações embaraçosas e consequentemente ineficientes.
Por fim, qualquer feedback precisa ser transmitido por meio da técnica de rapport, isto é, mostrar empatia e respeito em todos os momentos do discurso.
Em caso de o aluno apresentar algum problema, como no aprendizado ou no comportamento, procure entender o motivo antes de qualquer conclusão.
Dessa forma, o processo será ressignificado pelos alunos, eliminando qualquer trauma ou desprezo que eles possam ter com uma avaliação dessa natureza.
O feedback não é uma atividade de fim de bimestre, semestre ou ano. Essa troca de perspectivas precisa ser algo frequente.
Isso é importante para que os alunos estejam sempre alinhados com os propósitos de seus próprios desenvolvimentos intelectual e acadêmico. Além disso, a prática apresenta vários benefícios.
Entre eles, é relevante apontar:
Por isso, crie uma rotina de encontros individuais ou com turmas específicas, voltados especificamente para esse momento de feedback.
Ainda, para aproveitar melhor o processo, faça um acompanhamento do aluno e verifique se o plano de ação elaborado durante e após o feedback está sendo aplicado e gerando resultados.
O feedback é uma poderosa ferramenta para fazer com que o aluno esteja em constante evolução, além de aprimorar sua relação com professores e equipe pedagógica.
Porém, se esse momento não for devidamente planejado e estruturado, o efeito pode ser o oposto do esperado e causar prejuízos ao estudante.
Portanto, em um feedback, evite:
Dessa forma, os riscos de alguém sair magoado ou desmotivado são bem menores. Para melhorar ainda mais, confira as sete características que, segundo o educador norte-americano Grant Wiggins, são necessárias em todo feedback:
Além disso, quando o assunto é tom de voz, lembre-se de que a intenção da conversa é aprimorar, não intimidar o estudante. Por fim, tenha em mente que equilíbrio é a palavra de ordem no momento de feedback.
Já ficou claro que o feedback é uma ferramenta muito mais ampla do que um momento de avaliação ou análise de desempenho, não é? Afinal, ele pode ser usado como uma forma de aproximar os alunos com o ambiente e a equipe escolar.
Dessa maneira, explore esse recurso ao máximo e incentive a cultura de troca de feedback em todas as esferas do ambiente escolar, não apenas na sala de aula.
Aproveite essas dicas para dar feedbacks a professores, responsáveis pela secretaria escolar, profissionais da gestão educacional e toda a equipe da instituição.
O mais importante de uma cultura escolar que valoriza o feedback é que o gestor e o diretor não são os únicos a falar. Ao abrir conversas francas e amigáveis dessa forma, todos podem participar, criando uma gestão escolar mais democrática.
Portanto, ao conversar com estudantes e colaboradores, pergunte: “Qual é sua opinião sobre isso?”; “Como você faria isso?”; “Vocês têm perguntas sobre o que foi exposto?”; “Há algo que eu possa fazer para ajudar?”.
Estar aberto ao diálogo e incentivar a troca de sugestões são passos importantes para implementar uma cultura de feedback na escola.
Buscar essa participação de todos é uma forma excelente de melhorar a aprendizagem, ainda mais sob os preceitos da Educação 4.0, que prevê uma escola mais participativa.