Já sabemos que a pandemia de covid-19 impactou o ensino brasileiro em diversos aspectos, como a redução do número de alunos dentro das instituições de ensino, a desistência escolar e, também, a contratação de professores.
Mas, um estudo divulgado recentemente pela Sponte, empresa de sistema de gestão escolar, mostrou que há um movimento positivo de retomada do ensino na educação básica. Além disso, percebeu-se um novo perfil dos professores, que precisaram se adaptar à realidade após o período de isolamento social.
Engana-se quem pensa que só as escolas públicas foram afetadas durante a pandemia. As escolas privadas sofreram fortes impactos e também precisaram se adequar aos novos modelos de ensino: com redução de recursos no setor financeiro e com quedas de matrículas durante esse período.
Segundo um relatório produzido pelo Grupo Rabbit, a rede privada de ensino perdeu uma média de um terço de suas matrículas ao longo da pandemia. Entre 2019 e 2021, 870 escolas particulares fecharam no Brasil. A proporção disso tudo afetou o corpo docente em todo o país.
Segundo a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), em 2020, havia 545 mil professores no ensino privado. Desses, dois terços (358,9 mil) concentravam-se na educação básica.
O relatório ainda mostrou que o salário médio dos professores da rede privada cresceu quase 30% em termos reais, entre 2011 e 2019. Contudo, esse crescimento foi interrompido em 2020, na pandemia. Dessa forma, é possível perceber como o período de isolamento social afetou o mercado de trabalho educacional.
Porém, esses números já mudaram com o retorno do ensino presencial em 2022, pois tanto o setor operacional quanto o financeiro já apresentaram bons resultados e um constante avanço em número de alunos, professores e receita.
Quer conhecer o perfil dos professores da rede privada e saber como anda a contratação desses profissionais? Então, continue a leitura.
Qual é o cenário dos professores da educação básica no Brasil?
O perfil dos educadores do ensino básico da rede privada
Características da contratação de professores por cada região
Qual é o cenário dos professores da educação básica no Brasil?
Você sabia que cerca de 2,2 milhões de pessoas exercem a profissão de professor na educação básica do país? Esse dado foi apresentado no Censo Escolar 2020, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que também publicou, recentemente, os resultados brasileiros da Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis).
Atualmente, as escolas de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio estão dentro da educação básica, e é nessa fase da educação escolar que se concentra a maior parte dos profissionais. A maioria dos professores do Brasil estão no ensino fundamental, totalizando 1.378.812 (63%).
O levantamento do Censo Escolar também mostrou que 85% dos profissionais que dão aula nos primeiros anos de aprendizagem têm ensino superior completo. O ensino médio se destaca por ter o maior percentual de professores com nível superior completo (97,1%). Desses, 89,6% possuem licenciatura e 7,4%, bacharelado.
A pesquisa realizada pela Sponte também evidenciou que, na rede privada, os professores estão se especializando cada vez mais. Segundo Cristopher Morais, diretor de negócios da Sponte, os números demonstram uma tendência de busca por especialização para o mercado de trabalho, além do investimento das instituições de ensino básico em tecnologia e profissionais para continuar operando no período.
Ainda de acordo com os dados levantados pela Sponte, o número de professores registrados cresceu 110% na educação básica e também manteve um crescimento contínuo no período, com alta de 110% no Nordeste, de 2021 para 2022.
Diante desse cenário da educação básica privada, é perceptível ver o desenvolvimento do quadro docente em todas regiões do país.
O Censo Escolar de 2020 também divulgou que, no comparativo entre 2016 e 2020, o número de educadores pós-graduados foi de 34,6% para 43,4%. Esse crescimento faz parte do Plano Nacional de Educação (PNE), que busca aumentar o número de professores com pós-graduação para 50%.
Outro dado muito importante levantado pelo Censo Escolar 2020 é que as professoras são a maioria em todas as etapas da educação básica. Elas representam cerca de 96,4% da docência na educação infantil, 88,1% nos anos iniciais e 66,8% anos finais do fundamental.. Já no ensino médio, 57,8% do corpo docente é formado por mulheres.
Leia mais: A importância de um planejamento de horário escolar bem estruturado na Educação Básica
O perfil dos educadores do ensino básico da rede privada
Como mostramos, hoje em dia, o Brasil conta com milhões de professores na educação básica. Mas, como será o perfil desses profissionais na rede privada? Existem mais mulheres ou homens? São pessoas mais jovens ou acima de 60 anos? Você que é gestor escolar já analisou o perfil do corpo docente da sua instituição?
A Sponte pesquisou o perfil do professor de escola particular contratado em escolas de educação básica entre 2019 e 2022. O resultado desse levantamento trouxe muitos insights a respeito de quem são os profissionais que trabalham na educação da rede particular. Conheça alguns deles:
- A maioria dos professores são mulheres.
- Em relação à idade, a maioria tem em média de 31 a 40 anos.
- Poucos são os professores que têm até 20 anos.
- A maioria dos educadores estão concentrados na região Sudeste.
Esses são alguns pontos que merecem destaque, mas, no estudo divulgado, foi possível ver também o perfil dos professores da rede privada em outras regiões de forma mais detalhada.
Características da contratação de professores por região
Se você é um gestor educacional que precisa realizar contratações de professores na rede privada de ensino, separamos algumas características de perfil profissional de cada região do Brasil no segmento da educação básica.
A pesquisa mostrou que, na educação básica das escolas privadas, o perfil mais contratado são mulheres com idade média de 31 a 40 anos.
Os professores são peças fundamentais para o sucesso de uma escola e para a formação dos alunos, e entender o ambiente em que eles se encontram faz total diferença na gestão escolar. Apesar da pandemia ter impactado fortemente as escolas privadas, a contratação de professores manteve uma alta.
“Parte disso, especialmente na educação básica, se deve à implantação do novo ensino médio, que aumentou a carga horária de formação dos alunos, visto que as escolas precisam oferecer diferentes itinerários formativos que sejam do interesse dos estudantes”, afirma Cristopher Morais, diretor de negócios da Sponte.
Além de pesquisar sobre a educação básica da rede privada, a Sponte analisou o perfil dos professores de cursos livres, preparatórios, profissionalizantes e técnicos, e também de escolas de educação infantil, escolas de idiomas e instituições de ensino superior (faculdades e pós-graduações), que também são instituições de ensino da rede privada.
Ficou curioso para saber mais sobre o perfil desses profissionais de ensino? Baixe nossa pesquisa e fique inteirado sobre as principais características dos professores da rede privada de ensino do Brasil de 2019 a 2022.
Carla Helena Lange
Líder de Marketing