É fato que o trabalho de um diretor escolar vem mudando drasticamente desde março de 2020.
Quase da noite para o dia, foi necessário fazer a transição da modalidade presencial para a remota. Essa mudança trouxe novas preocupações e desafios para todos, especialmente para os gestores de Educação Básica, que se viram na necessidade de tomar decisões que saiam da sua zona de conforto.
Um exemplo dos novos desafios é o ensino híbrido na Educação Básica: é como ter duas escolas operando simultaneamente. Ao mesmo tempo em que os diretores precisam auxiliar os professores nos novos processos, como o gerenciamento das plataformas de sala de aula online, as obrigações com a escola presencial permanecem.
Nesse sentido, o diretor de escola precisa ainda gerenciar o bem-estar dos alunos e dos professores, ajustar os horários, administrar a capacitação para o uso das plataformas, entre outras novas tarefas.
Outra preocupação é a frequência escolar e o envolvimento dos alunos. Para monitorar a frequência escolar dos estudantes, agora é necessária a ajuda de vários funcionários, que atuam na divulgação das aulas e no suporte para que os alunos realizem as conexões.
O trabalho do gestor escolar ganhou uma nova dimensão de complexidade.
O “pós-pandemia" continuará impondo novos e complexos desafios para os diretores das escolas de Educação Básica. Além de lidar com problemas históricos que receberam mais visibilidade nesse período, os diretores precisarão enfrentar desafios de proporções ainda desconhecidas.
Continue lendo este conteúdo para saber mais sobre os desafios do diretor da Educação Básica pós-pandemia.
Como reparar o déficit de aprendizagem dos alunos de Educação Básica no pós-pandemia?
Qual a melhor forma de capacitar os professores para lidar com as inovações que virão?
Como os diretores de Educação Básica podem trabalhar para engajar os alunos com a aprendizagem?
Digitalização: a principal prioridade dos diretores na gestão escolar pós-pandemia
De acordo com a pesquisa realizada pelo Insper, em parceria com o Instituto Unibanco, sobre o déficit educacional acentuado pela pandemia, houve uma significativa redução no rendimento escolar no Brasil desde o início da pandemia.
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Os estudos indicam que os alunos estão aprendendo em média 17% e 38% dos conteúdos de matemática e português, respectivamente, em relação ao que era aprendido antes do ensino remoto.
O fato é que esses dados desmascaram o enorme déficit educacional que será deixado após a pandemia, por diversos motivos, como:
Haverá, então, a necessidade de recuperar os enormes prejuízos causados pela instabilidade escolar durante o período de pandemia, e esse processo exigirá uma abordagem mais complexa por parte dos diretores.
Existirão graus diferentes de defasagem, e esse fator demandará metodologias precisas para nos recuperarmos do atraso. Entretanto, é preciso ter cautela, uma vez que as medidas devem fazer parte de um planejamento integrado.
Afinal, as ações com base nessas medidas devem visar para além do conteúdo cognitivo, isto é, pensar também na formação do cidadão.
Por isso, para reparar o déficit de aprendizagem dos alunos após a pandemia, será necessário considerar a pluralidade de experiências e aprendizagens dos alunos.
Nossas dicas para enfrentar esses desafios pós-pandemia são:
Com essa avaliação realizada, será mais fácil melhorar a comunicação com pais, alunos e responsáveis, bem como conhecer melhor as condições de desenvolvimento do currículo.
Realizar esse estudo de maneira cuidadosa e qualificada, para proporcionar uma proposta curricular que assegure o aprendizado de alunos com diferentes níveis de defasagem, é um desafio.
Entretanto, a melhor forma de resolver esse déficit é por meio do aprofundamento do conteúdo, de maneira articulada com o diagnóstico. É claro, sem deixar de lado as demais habilidades socioemocionais do aluno.
A resposta para a pergunta inicial, então, se dá com o alinhamento dessas estratégias, sempre levando em conta a manutenção de uma equipe que compartilha seus projetos, conhece seus alunos e busca desenvolver um currículo aprofundado e integrado.
Pesquisadores docentes da Universidade Central do Equador, especialistas em formação de professores, citam que a melhoria das escolas ocorre, principalmente, quando a comunidade escolar passa a entender que a sala de aula é o centro da mudança.
E essa é uma mudança necessária, já que a forma de ensinar vem se tornando muito mais digital. Especialmente com a chegada da Educação 4.0, os professores precisaram desenvolver novas habilidades para incluir a conectividade na sala de aula.
Acreditamos que este é o primeiro passo para capacitar os professores para lidar com as mudanças pós-pandemia e com as transformações da Educação 4.0: implantar a cultura de inovação e a gestão de mudança para toda a equipe pedagógica da Educação Básica. Os professores precisam ver a si mesmos como os principais agentes de transformação na área educacional.
A inovação é uma oportunidade para transformar, para refletir sobre a prática docente e melhorá-la.
Especialmente neste momento pós-pandemia, é preciso preparar o corpo docente para lidar com essa prática.
Para organizar a equipe de forma que pensem e ajam pela melhoria contínua, é indispensável aplicar as seguintes questões:
Hoje, a tecnologia ajuda a construir novos saberes e culturas, e é responsável por uma grande transformação nos modelos educacionais. E, mais do que isso, os alunos são movidos pelo mundo da tecnologia.
Dessa forma, é muito relevante aproveitar-se dessa motivação intrínseca ao estudante para desenvolver atividades que podem ajudar a reduzir a defasagem do aluno pós-pandemia na Educação Básica.
A partir desses princípios bem estabelecidos, o próximo e indispensável passo é tornar os professores tecnologicamente competentes para utilizar corretamente essas ferramentas.
A melhor forma de capacitar os professores para as inovações pós-pandemia é, de fato, investir em formação continuada, que visa instruir os professores a criarem projetos que promovam o uso de ferramentas, programas e outros recursos tecnológicos.
Os conteúdos das capacitações devem promover:
A competência digital precisa ser considerada tão importante quanto o conhecimento específico das matérias, tanto para os professores, quanto para os alunos. Por isso, é importante que atividades que envolvem tecnologia sejam incorporadas às aulas.
Após tanto tempo em casa, interagindo de maneira quase que total pelas redes sociais, não há como voltarmos para a sala de aula com as mesmas estratégias tradicionais e esperarmos que os alunos se engajem com a matéria. Inclusive, essa será uma forma de lidar com o terceiro desafio pós-pandemia: engajar os alunos.
Por fim, o terceiro passo é capacitar o corpo docente da Educação Básica para a flexibilidade de se adaptar às novas necessidades do ensino, para que os novos desafios sejam enfrentados de maneira mais branda.
Isso tudo pode e deve ser feito por meio de muita troca e diálogo, porque a escola é um corpo integrado que precisa funcionar de maneira sintonizada para oferecer a melhor forma de aprendizado para os alunos.
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Aqui, engajamento é a palavra-chave.
Engajar os alunos com o ensino após a pandemia vai ser um processo de experimentação e de aprendizado. A nova realidade ampliará a falta de motivação, que já era um impasse no ensino mesmo antes do isolamento.
Para superar esse desafio, precisamos descobrir de maneira gradual como tudo vai funcionar, e sempre utilizar o princípio da flexibilidade nos planos de ensino, conforme vimos nos desafios anteriores.
Não há dúvida de que existe um cansaço pandêmico para todos os lados que olhamos, que irá persistir no período pós-pandemia, ainda por tempo indeterminado.
Principalmente os professores e gestores de escola, que vêm trabalhando arduamente contra o esgotamento total devido à sobrecarga de trabalho e de dupla jornada.
Além disso, os alunos passaram por situações de fadiga por tempo demais na frente das telas e sem interação social, fatores que contribuem para a dificuldade de desenvolver engajamento da mesma forma que antes.
Outro fator alarmante foi a disparidade de acesso à tecnologia, que contribuiu diretamente para redução da participação dos alunos em sala. Eles estão acostumados a ter pouco envolvimento nas aulas.
Entretanto, precisamos estabelecer em nossas escolas estratégias para tornar esse processo de assimilação do “novo normal” mais leve para todos, sem deixar de lado as obrigações.
Por isso, confira nossas dicas de como os diretores de Educação Básica podem ajudar os professores a engajar os alunos no retorno pós-pandemia:
Como citamos anteriormente, será um período de muita experimentação e aprendizado. Será fundamental treinar o corpo docente para ser sensível às necessidades dos alunos e refletir sobre as práticas em sala de aula e aprimorá-las, se for preciso.
A principal prioridade que elencamos para as escolas no pós-pandemia é a digitalização. Tudo que envolve organização e documentação na escola deve ser digitalizado para controle e garantia da segurança de dados.
Com a digitalização, é muito mais fácil encontrar documentos, avaliações e outras informações com poucos cliques, sem precisar acionar os outros membros do time pedagógico para isso.
Além do mais, essa automatização aumenta a produtividade na secretaria, pois reduz o tempo de processos que antes eram manuais, como registros pedagógicos, financeiros e de comunicação. É um ganho de tempo e de organização.
A transformação digital é uma urgência nas escolas há algum tempo, mas a pandemia escancarou mais do que nunca a necessidade de termos fácil acesso aos dados da tela do nosso computador, muitas vezes de casa mesmo.
Por isso, para além do uso de notebooks e outras ferramentas, a tecnologia precisa atuar também na parte burocrática das escolas.
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