As diferenças culturais são enriquecedoras e, ao mesmo tempo, configuram um desafio. Você, gestor da educação, sabe como trabalhar com essas diferenças e orientar sobre o tema da diversidade cultural na escola?
É muito comum encontrar variadas culturas, etnias, religiões e costumes em nosso país. E, longe de ser um problema, isso pode cooperar com as aulas e favorecer um ambiente mais tolerante e plural no meio educacional.
Confira, a seguir, quais são os desafios, as soluções e um relato de experiência sobre esse tema.
O primeiro desafio é a adaptação dos professores, que precisam estar preparados, se atualizarem e estarem abertos para entenderem sobre a diversidade cultural na escola. Eles devem encontrar formas de conhecer os alunos com quem têm contato.
Por isso, é importante promover cursos e formações que contribuem para o desenvolvimento e sensibilidade da equipe. Dessa forma, a gestão escolar colabora diretamente com uma escola mais aberta e inclusiva.
Uma vez que se conhece melhor os estudantes, resolve-se outro problema: a busca por uma comunicação eficaz. Afinal, quem entende seu público-alvo tem mais sucesso na hora de passar uma mensagem clara e compreensível.
Datas comemorativas - Já pensou em celebrar festividades de diferentes culturas na escola? A culinária, a música, e outras atividades são expressões diretas de um povo, sua história e costumes.
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Promoção do Diálogo - Outra possibilidade é a criação de espaços para a troca pacífica de experiências entre os alunos, com foco no respeito à diversidade e a ouvir o outro. Rodas de conversa, debates, e ações semelhantes são boas opções a serem exploradas.
Indicações de Leitura - Opte ainda por variar indicações de leitura que tenham essa abertura cultural, incluindo pontos de vista diversos e história.
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Palestrantes estrangeiros - Vá além e chame palestrantes de origens interculturais para compartilhar conhecimento com os alunos, seja ele no âmbito profissional, seja de história de vida e superação, ou referente às matérias estudadas em aula.
O professor de inglês, Rafael Delboni, ministra aulas de Programa Bilíngue em uma escola de São Bernardo do Campo (SP). Para ele, este é um tópico para o qual ele busca se preparar e estar aberto.
“Procuro reconhecer que a pluralidade cultural pode e deve ser utilizada com respeito durante o ato de aprender. Conhecer os alunos e suas diferenças é fazer com que eles se sintam vistos e importantes”, diz.
Entre os desafios mais marcantes, ele partilha sobre a resistência às culturas e preconceito entre os estudantes.
“É sempre um desafio fazer com que alunos consigam ter um diálogo saudável, independente de credo, cor, ou posicionamento político. Isso quando não encontramos com pensamentos retrógrados enraizados dentro das próprias famílias. As pautas culturais ficam muito delicadas de serem abordadas. É preciso de muito carinho e dedicação”, comenta.
Aos que não se sentem preparados para enfrentar essa realidade, Delboni indica o estudo e o aprofundamento como o primeiro passo para estar aberto, além do movimento de atenção e escuta aos estudantes.
“Antes de mais nada, conheça as diferenças dos alunos ao seu entorno, as pessoas do seu convívio e, principalmente, leia sobre o mundo e o avanço da busca pela igualdade cultural.
Quebre os próprios paradigmas, barreiras e enxergue o ser humano diferente de você como alguém que merece respeito. Pense naquela criança ao fazer um exercício ou atividade diferente, reflita como aquele que busca criar o cidadão crítico e pensante que o mundo merece”, conclui Delboni.
A mudança começa na quebra de barreiras desde a formação dos indivíduos. Faça parte dessa transformação e trabalhe com a diversidade cultural na escola.