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8 formas de usar a neuroeducação em sua escola | Sponte

Escrito por Carla Helena Lange | Oct 7, 2022 3:00:00 AM

Você já ouviu falar sobre como aplicar neuroeducação ou neurodidática em uma escola? Essa prática é uma metodologia de ensino que pode revolucionar a forma com que seus alunos aprendem e se relacionam com a própria aprendizagem.

É uma transformação fundamental. Afinal, já não há mais espaço para escolas que se limitam a trabalhar com o sistema de ensino tradicional, focado nas aulas discursivas e no aprendizado passivo.

Essa necessidade abriu as portas para o grande crescimento das metodologias ativas de aprendizagem

Mas apenas implementar novos métodos sem um planejamento adequado não é o suficiente para oferecer uma educação efetiva. 

É hora de ir além: entender como funciona o cérebro dos alunos e descobrir como o ensino pode disputar a atenção que eles dedicam às mídias sociais, aos jogos eletrônicos e a tantas outras distrações desta era digital.

É por isso que você precisa entender como aplicar a neuroeducação em sua escola!

Para entender como transformar a relação entre ensino e aprendizagem de sua instituição, continue a leitura:

O que é neurodidática e qual é a sua importância para o ensino?

A neurodidática, também conhecida como neuroeducação, é uma técnica de ensino baseada nos conhecimentos científicos da neurociência. 

Ou seja, ela tem como objetivo levar às escolas um conhecimento profundo e científico sobre como funcionam os cérebros dos estudantes. O que os estimula? Como despertar seu interesse? Como aplicar metodologias de ensino que vão realmente ajudá-los a gravar e aproveitar o conhecimento? Essas são algumas questões que as escolas podem se questionar. 

A partir dessa compreensão, é possível criar estratégias educacionais muito mais efetivas, que otimizem o desenvolvimento escolar dos alunos de forma agradável e satisfatória. Afinal, os estímulos ao cérebro serão positivos.

Isso ajuda, inclusive, a melhorar o engajamento com a comunidade escolar. Afinal, com a neuroeducação os educadores influenciam positivamente o desenvolvimento cerebral dos alunos, de uma forma com a qual eles se sentirão confortáveis.

Nesse sentido, a neuroeducação não substitui outras metodologias. Pelo contrário, ela é uma forma de entender melhor como usá-las aproveitando ao máximo seu potencial.

Para entender mais sobre o que é neurodidática, preparamos um texto específico sobre o assunto. Confira:

Leia mais: O que é neuroeducação e qual a sua importância no processo de ensino-aprendizagem? 

Quais são os pontos-chave da neuroeducação para serem trabalhados em sala de aula?

A neuroeducação baseia-se em quatro elementos centrais que devem fazer parte do trabalho com os alunos em sala de aula. Conheça um pouco sobre cada um deles:

  • Emoções: segundo a neurodidática, o cérebro aprende muito melhor quando se emociona. Assim, se o aprendizado estiver vinculado com as emoções do estudante, ele será muito mais efetivo. 
  • Plasticidade cerebral: os estudos da neurociência entendem que o cérebro é maleável. Ou seja, pode se adaptar continuamente a diferentes circunstâncias com novas conexões neuronais, se receber os estímulos adequados.
  • Aprendizagem multissensorial: quando o ensino envolve mais sentidos — visão, audição, paladar, olfato e tato — o cérebro tende a aprender melhor.
  • Neurônios espelho: há neurônios em nossos cérebros que se ativam quando vemos outras pessoas realizando algo. Isso significa que aprendemos pelo exemplo, pela imitação e pela compreensão do que os outros estão fazendo.

Todos esses elementos foram profundamente estudados pela neurociência e ajudam a aplicar uma neurodidática mais efetiva.

Como aplicar os conceitos da neurodidática na prática?

Agora é a hora de explorar a prática da neurodidática. Organizamos oito técnicas essenciais que sua gestão pedagógica pode usar, se quer aplicar essa metodologia em sua escola. Confira:

  1. Estimular as emoções por meio do ensino

As novas descobertas na relação ensino-aprendizagem já deixam claro que a memorização de conteúdos não é o suficiente para que os alunos realmente possam absorver o conhecimento de forma positiva.

Os alunos aprendem muito mais quando se entusiasmam com o ensino. Por isso, o educador precisa buscar esse entusiasmo, criando experiências divertidas, contando histórias emocionantes, estimulando a curiosidade e a criatividade, fazendo charadas etc. 

Esse estímulo às emoções envolve a gamificação e o protagonismo em sala de aula. Falaremos de ambos em breve.

Também é importante criar um ambiente emocionalmente positivo, em que os alunos sentem-se acolhidos na escola, percebem a importância da cooperação e veem todos — inclusive o professor — como amigos trabalhando juntos no processo de aprendizagem.

Leia mais sobre esse assunto: Educação 5.0: a importância da educação socioemocional para o futuro das escolas.

  1. Trabalhar a gamificação em sala de aula

A gamificação escolar é uma estratégia que envolve mecânicas e conceitos dos jogos no ambiente do ensino. Isso significa usar pontuação, rankings, objetivos, recompensas e missões envolvidos à disciplina que o aluno está aprendendo.

Essas práticas ajudam a ativar o cérebro do aluno, estimulando emoções parecidas com as que eles sentem em um jogo eletrônico, por exemplo.

Saiba mais: O que é gamificação e como ela contribui para o processo de ensino-aprendizagem? 

  1. Estimular o protagonismo do estudante

Ao transformar o aluno no protagonista do próprio aprendizado, a escola estará estimulando emoções importantes nele, como o senso de responsabilidade, a criatividade e o orgulho por suas próprias conquistas.

Para isso, o aluno precisa ter voz na escola, deve ser capaz de guiar seus próprios estudos, com a orientação do professor e com metodologias ativas de aprendizagem.

Leia mais: 

  1. Desenvolver o aprendizado por meio de projetos e experiências

Quando o educador estrutura o ensino por meio de projetos e experiências que os alunos podem executar e compartilhar com os demais, ele potencializa os quatro pontos-chave da neuroeducação.

Um trabalho em grupo, repleto de dinâmicas diferenciadas, estimula várias emoções diferentes e, dependendo do tipo de projeto, pode possibilitar uma experiência multissensorial.

Esses estímulos são ótimos para exercitar a plasticidade cerebral.

Além disso, os alunos estarão acompanhando o trabalho dos outros, tanto de seus colegas de grupo quanto das outras equipes. Isso ativa os neurônios espelho, que melhoram a aprendizagem.

  1. Trabalhar a aprendizagem significativa

Você provavelmente já ouviu algum aluno perguntar “para quê eu preciso aprender isso?” quando confrontado com a fórmula de Báskara ou com a nomenclatura de moléculas na aula de química.

Esse é um dos maiores desafios do educador. Quando o estudante não entende o sentido da aula, será muito mais difícil estimular emoções positivas.

Por isso, trabalhe para mostrar para seus alunos o motivo de cada aprendizado — mesmo os que parecem não ter aplicação prática imediata. Todos são um importante treinamento para o cérebro que ajudam a construir o raciocínio, a compreensão científica e a inteligência para lidar com os problemas do dia a dia.

  1. Estimular a sensação de crescimento por meio da avaliação

A maneira com que a escola lida com a avaliação é parte central da neurodidática. 

Provas tradicionais, além de preconizarem a aprendizagem por meio da memorização — que, como já vimos, não é a mais eficiente — também criam um clima de estresse entre os estudantes.

Esse não deve ser o objetivo das avaliações! Pelo contrário, o foco dos educadores, nesse momento, deve ser diagnosticar pontos fortes e pontos de melhoria dos alunos e trabalhar para fortalecê-los.

Para isso, é preciso ir além das provas tradicionais, usando:

  • Autoavaliações
  • Simulados
  • Seminários
  • Debates
  • Trabalhos em grupo
  • Entre outros

E os próprios testes tradicionais também têm espaço, se forem tratados como essa ferramenta formativa, com menos pressão sobre os estudantes.

Nesse sentido, uma avaliação bem feita pode até ajudar na retenção de alunos.

Leia mais: Tudo sobre avaliação escolar: melhores práticas no processo avaliativo, objetivos e análise de resultados.

  1. Tornar sua escola mais inclusiva

Se emoções positivas ajudam em um ensino mais efetivo, emoções negativas afastam alunos, pioram seus resultados e prejudicam todo o processo educacional.

Nesse sentido, faz-se fundamental desenvolver uma escola focada na inclusão para seus alunos. Assim, eles deixam para trás as sensações de descriminação, medo e isolamento e podem sentir muito mais acolhimento, segurança e tranquilidade para explorarem suas próprias possibilidades.

Saiba como ter uma escola com mais inclusão: O que é educação inclusiva e qual a sua importância para as escolas?

  1. Trabalhar a educação socioemocional

Já entendemos que as emoções são parte central na neuroeducação. No entanto, quando o aluno não sabe lidar com as próprias emoções e com suas relações sociais, fica muito difícil explorar esse método de aprendizado.

Por isso, busque trabalhar as competências socioemocionais na escola. Assim, você não apenas melhora o ambiente de aprendizado, mas também prepara seu estudante para os desafios imprevisíveis que fazem parte do mundo de hoje.

Entenda mais: Quais são as competências socioemocionais importantes para desenvolver na escola?

Como professores e gestores podem se aperfeiçoar nesse tema?

A neurodidática é uma ciência, que se expande a partir da própria neurociência. Portanto, aperfeiçoar-se nessa área e levar isso para sua escola envolve muito estudo.

Para começar, é preciso ler sobre o assunto. Conhecer a neuroeducação, ver experiências de sucesso nesse sentido e conhecer o método científico aplicado nos estudos.

Mas, se você quer ir ainda mais longe, vale a pena investir na formação continuada. Estimule parte de sua gestão pedagógica a procurar pós-graduações e cursos sobre o assunto e a compartilhar o aprendizado com o restante da equipe.

No entanto, tudo isso demanda trabalho e tempo. Por isso, conte com um sistema de gestão escolar que otimize os processos, reduza a perda de tempo e dê à sua equipe a possibilidade de melhorar cada vez mais o ensino ofertado pela escola.

Lembre-se: o futuro da educação já chegou. É preciso acompanhar esse processo e a neurodidática é um passo importante para isso. Para saber mais e explorar outras possibilidades, conheça nosso guia para escolas do futuro: