Para falarmos sobre a gestão pedagógica implantar as metodologias ativas na aprendizagem, precisamos primeiro entender como acontecem as aulas dentro da educação tradicional.
No cenário com que estamos acostumados, os alunos geralmente são espectadores passivos, limitando sua função no aprendizado a escutar e resolver atividades, abrindo mão de seu protagonismo e perdendo muito do conteúdo. Afinal, um adulto falando por horas não é o suficiente para conquistar a atenção deles.
Mas muitas escolas já estão mudando essa realidade, em uma verdadeira transformação metodológica.
O que essas escolas buscam é fazer dos alunos protagonistas do próprio aprendizado, com uma aprendizagem ativa que os deixe mais engajados no ensino, interessados no conteúdo e atuantes em toda a dinâmica escolar.
Para isso, contamos com as metodologias ativas de aprendizagem, um modelo de ensino focado em oferecer uma educação mais participativa e autônoma. Essa é uma importante tendência da Educação 5.0 e precisa fazer parte do planejamento de escolas do futuro.
Continue lendo e aprenda mais sobre as metodologias ativas de ensino para escolas de educação básica.
O conceito de metodologias ativas de aprendizagem compreende a implantação de novas formas de ensino na prática escolar, modificando o modo como o aluno aprende.
A principal mudança é na posição desse estudante, que se torna menos passivo e começa a participar ativamente da aula, engajando-se no próprio processo educacional.
O professor, por sua vez, deixa de ser aquela figura que fica na frente da sala, apenas com a responsabilidade de expor o conteúdo e lidar com o comportamento dos alunos. Nessas metodologias de ensino, ele atua também como um mediador entre o conhecimento e seus estudantes.
Tudo isso sem perder sua posição de autoridade na sala de aula. Afinal é ele que realmente entende do tema e tem a formação para manter a disciplina e passar os conteúdos. Portanto, deve ser sempre valorizado!
🔎 Leia mais: A valorização de professores é o futuro para uma educação de qualidade: entenda o papel da escola nesse processo.
Há diferentes tipos de metodologias ativas — e vamos falar dos principais em breve —, mas o objetivo central de todas elas é fazer com o que o aluno não seja apenas um “receptor” do conhecimento entregue pelo professor, mas sim um participante ativo de todo o processo.
Na aprendizagem ativa, o aluno também é responsável por buscar o conhecimento e conduzir sua própria educação em conjunto com seus colegas e com orientações e mediação do professor — muitas vezes trabalhando com a resolução de problemas reais.
Para melhor definir essas metodologias de ensino transformadoras, podemos elencar alguns princípios que são base para o seu desenvolvimento:
As metodologias ativas buscam mudar a dinâmica das aulas tradicionais, diminuindo a função de expositor do professor e colocando o protagonismo do aluno como prioridade.
Ao dedicar menos tempo para a exposição dos temas, o professor se coloca em uma posição de orientador e mediador do conteúdo, guiando os alunos enquanto eles buscam ativamente o próprio conhecimento.
Dentro das metodologias ativas, os alunos são estimulados a buscar o conteúdo de forma crítica. Assim, podem expressar suas próprias opiniões na construção do conhecimento, dando voz à sua diversidade — mas sempre com a mediação do professor.
Ao mesmo tempo em que estimulam a autonomia, as metodologias ativas também apoiam o trabalho em conjunto, mostrando aos alunos que o conhecimento adquirido cresce por meio da partilha, com as experiências do grupo e com a orientação docente.
As metodologias ativas apresentam problemas reais para os alunos, como uma maneira de engajá-los mais no ensino e de prepará-los para a vida adulta como cidadãos integrados à sociedade. Nesse mesmo intuito, algumas delas buscam trabalhar as competências socioemocionais dos estudantes.
A aprendizagem ativa busca evoluir constantemente, conectando-se com a tecnologia e com as inovações no ensino, para oferecer sempre a melhor educação de forma adequada às novas gerações.
🔎 Leia também: O que é gestão pedagógica? Tudo o que você precisa saber para sua escola.
A principal vantagem das metodologias ativas tem a ver com a pirâmide de aprendizado, proposta pelo psiquiatra estadunidense William Glasser.
Esse estudo aponta que quando o aluno é exposto ao conteúdo de uma matéria simplesmente por meio de aulas expositivas ou palestras, ele absorve apenas 5% do que está sendo apresentado.
Com outras estratégias passivas de ensino, como leitura de conteúdos, acompanhamento de áudios ou vídeos ou mesmo aulas demonstrativas, o aluno guarda para si no máximo 30% do conhecimento.
A pirâmide indica que só estratégias de aprendizagem ativa permitem um ensino mais completo e efetivo.
Participando de grupos de discussão, os alunos guardam 50% do conteúdo. Em atividades práticas a absorção da matéria chega a 75%. Já ao ensinar outras pessoas, o estudante consegue gravar 90% do que aprendeu.
É uma diferença impressionante, não é? Enquanto alunos expostos apenas às técnicas tradicionais e passivas não chegam a 30% de absorção do conhecimento, estudantes que têm contato também com as metodologias ativas podem ter um aprendizado quase total.
De fato, essa diversificação de metodologias de ensino enriquece a aprendizagem, abre novos horizontes e é essencial na adequação de sua escola para as tendências da Educação 5.0.
A própria Base Nacional Comum Curricular (BNCC) recomenda:
“Selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático-pedagógicas diversificadas, recorrendo a ritmos diferenciados e a conteúdos complementares, se necessário, para trabalhar com as necessidades de diferentes grupos de alunos, suas famílias e cultura de origem, suas comunidades, seus grupos de socialização etc”.
É aí que entram as metodologias ativas na aprendizagem. Suas opções diversificadas substituem a passividade do ensino tradicional com ritmos diferenciados e conteúdos complementares — como sugerido pela BNCC — dando protagonismo ao aluno e conectando-o com a realidade social em que está inserido.
A partir disso, essas metodologias de ensino apresentam diversos benefícios para a educação básica. Entre eles:
Tudo isso sempre foi fundamental para a formação de um cidadão pleno. No entanto, ultimamente, essas competências amplas — que vão muito além dos conteúdos programáticos das disciplinas — vêm se tornando ainda mais essenciais.
Afinal, as revoluções tecnológicas e as transformações sociais estão mudando o mundo de maneira muito rápida.
Há poucas décadas, era praticamente impossível imaginar a realidade em que estamos vivendo hoje, com a presença massiva das redes sociais e as tendências das gerações Z e Alfa.
Não sabemos o que podemos esperar para os próximos anos. É difícil prever que tipo de mundo nossos alunos vão enfrentar quando chegarem à idade adulta.
Por isso, precisamos prepará-los com as ferramentas necessárias para lidar com qualquer possibilidade em um futuro instável e imprevisível. E as metodologias ativas têm o potencial de entregar esse aprendizado.
Metodologias ativas na Educação 5.0
Estamos entrando na era da Educação 5.0: uma forma de ensino que combina as evoluções tecnológicas à humanização das escolas. O foco está em três pilares: qualidade de vida, inclusão e sustentabilidade.
As metodologias ativas são fundamentais para a implantação desse novo ensino.
A autonomia, as competências socioemocionais, o prazer em aprender e tantas outras vantagens desse aprendizado fazem parte da educação do futuro e são indispensáveis para um ensino que preze pela construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
🔎 Leia mais: Educação 5.0: a importância da educação socioemocional para o futuro das escolas.
Para levar esses benefícios para o aprendizado em sua escola, vale a pena conhecer várias metodologias ativas diferentes, integrando-as ao ensino tradicional e trabalhando com uma diversidade educacional.
Por isso, trouxemos aqui algumas das principais metodologias de ensino que seguem o conceito da aprendizagem ativa. Confira:
A sala de aula invertida é uma das metodologias ativas mais reconhecidas na educação brasileira. Ela acontece quando o professor disponibiliza previamente os materiais de estudo e consulta para uma determinada aula.
Dessa forma, os alunos têm acesso antecipado ao conteúdo, podem fazer sua própria pesquisa, levantar dúvidas e chegar para a aula muito mais preparados.
Isso faz com que a disciplina se torne muito mais dinâmica. Com o conhecimento prévio, os alunos podem aprender em forma de debates, fazendo perguntas, apresentando suas impressões e aprofundando o conhecimento, e até explicando o conteúdo uns para os outros.
É uma ótima maneira de tirar do professor a obrigação de ser apenas um expositor de informações. Com a sala de aula invertida, ele é responsável por mediar o contato dos estudantes com o conhecimento e seu compartilhamento para a classe.
Os alunos, por sua vez, ganham autonomia e se tornam mais responsáveis pelo próprio aprendizado.
🔎 Leia mais: Escola do futuro: saiba como transformar sua gestão escolar.
Essa é uma importante tendência dos últimos anos, que vem sendo aplicada com excelentes resultados em todos os níveis educacionais e até em empresas.
A técnica utiliza elementos de jogos para deixar as aulas mais dinâmicas, interativas e atrativas para os alunos, que já vivem no mundo dos games.
Eles estão acostumados a realizar “missões”, acumular pontos e celebrar seu progresso quando evoluem dentro de um jogo. Quando você leva isso para a sala de aula, a educação pode se tornar muito mais divertida e instigante.
Para isso, educadores podem:
Assim, além de melhorar a atenção, a absorção do conteúdo e o engajamento dos alunos, o professor ainda ajuda a desenvolver seu raciocínio lógico e seu potencial de resolução de problemas — tudo de forma lúdica.
Outra forma de metodologia ativa — que combina muito com a gamificação — é o uso de atividades lúdicas em sala de aula, como brincadeiras, jogos, contação de história e outras ações que promovam aprendizado e diversão ao mesmo tempo.
Isso estimula a criatividade, motiva o aluno a estudar e faz com que ele absorva o conhecimento se divertindo.
Isso fica ainda mais poderoso quando os alunos são incentivados a agir em equipe, vendo como o trabalho em conjunto, com diversidade de pessoas, habilidades e conhecimentos, pode ajudá-los a conquistar muito mais!
Atividades em grupo já são técnicas aplicadas no ensino tradicional. Contudo, elas acabam limitadas, não integrando de fato os alunos na produção de um resultado em conjunto.
Por isso, as metodologias ativas propõem estudos em grupo que apresentem de fato a riqueza da diversidade. Cada um dos alunos possui habilidades, conhecimentos e até experiências diferentes, que devem ser somadas nessas atividades.
Dessa forma, além de aprenderem de forma mais ativa, os estudantes também entendem mais sobre a força da diversidade, sobre a importância de respeitar e de aprender junto de pessoas diferentes e sobre como o protagonismo no aprendizado — e na vida — não deve ser algo individual, e sim compartilhado com os demais.
Outra forma de fortalecer o aprendizado com metodologias ativas é por meio de pesquisas de campo. O professor pode levar seus alunos para vários lugares diferentes – fora ou mesmo dentro da escola.
Uma visita ao museu, uma ida ao cinema ou mesmo um passeio pelo pátio da escola podem promover diferentes impressões em cada aluno.
Se o professor incentivar esse olhar crítico no entorno e promover debates e atividades no final dos passeios, ele pode enriquecer muito o aprendizado — tendo a percepção dos alunos no centro das discussões.
Diferentes pessoas possuem opiniões diversas e formas distintas de ver o mundo – inclusive as crianças!
O ensino tradicional possui uma tendência de alinhar pensamentos, todos sob a tutela do professor, eliminando a diversidade que pode ser muito rica para a resolução de problemas e para uma vida em sociedade mais saudável e respeitosa.
Por isso, as metodologias ativas propõem que o professor promova debates em sala de aula, levantando diferentes opiniões, discutindo pontos de vista, compartilhando experiências e mostrando para o aluno a força que há na diversidade.
Esses debates podem partir de pesquisas de campo, de leituras ou de qualquer outro assunto que tenha a ver com o tema das aulas.
É preciso, no entanto, que o professor cumpra bem seu papel de mediador, não impondo suas próprias opiniões e cuidando para que os alunos entendam o valor das opiniões distintas, sem que haja imposição de um lado.
Além disso, ele também é responsável por identificar posicionamentos preconceituosos durante os debates. A partir dessa identificação, é sua função discutir o porquê de essas ideias serem erradas e ajudar os alunos — de maneira didática — a desenvolverem uma visão mais respeitosa e humanitária.
A combinação entre aulas presenciais e atividades online é uma das grandes tendências da educação e pode funcionar como uma poderosa metodologia ativa de aprendizagem.
Para isso, o professor deve propor atividades complementares, como pesquisas, jogos e vídeos que reforçam o conteúdo e podem ser discutidas em outro momento, durante as aulas presenciais.
No entanto, para aproveitar esse potencial, é fundamental contar com uma ferramenta de apoio online para aulas remotas.
🔎 Leia mais: Ensino híbrido: o que é, como funciona e melhores práticas para escolas.
Incentive a formação continuada para implantar as metodologias ativas
A maioria dos professores está acostumada a lecionar de forma tradicional. As aulas expositivas já se tornaram uma zona de conforto e é complicado revolucionar o ensino com metodologias ativas de uma hora para outra.
Por isso, a formação continuada é uma excelente opção! Incentive seus professores a buscarem novos aprendizados e valorize esse crescimento. Esse é o passo mais importante para implantar uma aprendizagem ativa em sua escola.
🔎 Leia mais: 6 maneiras de motivar a formação continuada de professores na sua escola.
A tecnologia criou possibilidades imensas para aulas mais dinâmicas e ativas. Ensinar seus estudantes a pesquisarem em seus celulares, usarem as ferramentas tecnológicas e participarem de debates de forma digital vai turbinar o aprendizado e deixá-los mais preparados para a realidade digital que vivemos hoje.
Além disso, a tecnologia tem a possibilidade de ser um suporte para o professor. Para além de lousas digitais e acesso à internet, o educador também pode contar com as ferramentas do sistema Sponte, como o Portal do Aluno.
Com o Portal do Aluno do Sponte, o professor pode enviar materiais, organizar atividades online, entrar em contato com os estudantes e muito mais, integrando todas as atividades à gestão escolar de forma prática e produtiva.
Toda essa tecnologia faz parte da transformação Educação 5.0 e deve ser usada para ajudar a desenvolver alunos preparados para os desafios das próximas décadas.
Para te ajudar a dar esse salto para o futuro, preparamos um guia completo de planejamento. Confira:
