Desde que se percebeu que muitos alunos terminavam o último ciclo escolar sem estarem devidamente preparados para o mercado de trabalho, as autoridades nacionais decidiram que era preciso mudar o Ensino Médio para reverter esse quadro, criando o Novo Ensino Médio.
Tais alterações tinham cunho ainda mais urgente, pois, em muitas escolas, os alunos saiam não apenas com dificuldades de inserção profissional, mas também com falhas no desenvolvimento social e intelectual e na interpretação textual.
Isso sem mencionar o despreparo relacionado ao mundo digital e a ausência do entendimento acerca de habilidades socioemocionais. Era preciso encontrar uma maneira de aproximar a vivência do aluno na escola com a realidade fora dela.
Esses fatores, aliados à estagnação dos alunos brasileiros em avaliações nacionais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), foram os impulsionadores de uma mudança oficializada em 2017, por meio da Lei n.º 13.415/2017, que propõe um novo Ensino Médio.
Preparamos este artigo para explicar quais são as mudanças mais relevantes do novo Ensino Médio para a sua gestão escolar e mostrar como sua escola deve se adaptar a esse modelo de aprendizagem, esclarecendo dúvidas sobre o novo currículo dos anos finais da educação básica.
Diagnóstico e planejamento para a mudança no Ensino Médio
Explicando o novo Ensino Médio para a sua gestão escolar
As principais mudanças do novo Ensino Médio
O ensino técnico e integral: componentes importantes do novo Ensino Médio
O novo Ensino Médio e as disciplinas: o que muda?
Primeiramente, antes de implementar uma mudança de grande porte, como a reforma do Ensino Médio, é preciso analisar qual é a situação atual da escola e direcionar esforços para as áreas que precisam de atenção, especialmente nos setores estruturais, institucionais e de docência.
Para isso, é imprescindível estudar o que os documentos oficiais pedem para que a implementação do novo modelo de ensino seja realizada em sua escola. Nesse sentido, é necessário dedicar tempo para verificar o que se pede na legislação:
A melhor forma de colocar em prática o novo Ensino Médio é por intermédio do contato com informações confiáveis sobre o assunto.
Por isso, consultar as fontes diretas é essencial para identificar quais mudanças precisam ser estabelecidas nas escolas particulares ou públicas.
Tendo em vista esses documentos, verifique:
Depois dessa análise detalhada, trace um plano de ação em conjunto com toda a equipe escolar, inclusive professores, para que a atualização aconteça de forma organizada.
Comunicação é essencial durante todo o processo. Uma mudança desse porte não deve ser feita individualmente.
A partir de 2022, o Ensino Médio terá a organização centrada em quatro amplas áreas de conhecimento, são elas:
A obrigatoriedade do ensino será apenas de Língua Portuguesa, Matemática e Língua Inglesa. O restante do currículo ficará a critério das secretarias estaduais e das próprias instituições de ensino.
Outra grande novidade do novo Ensino Médio é a integração dessas grandes áreas do conhecimento, o que torna o ensino interdisciplinar.
Isso irá exigir dos professores o trabalho conjunto e a assertiva é válida também aos alunos. Trabalho em equipe é um dos pilares desse novo método escolar.
Além disso, há os itinerários formativos. Isto é, o aluno será responsável pela elaboração do próprio currículo, em um movimento de independência e autonomia.
O intuito desses itinerários é colocar o aluno como protagonista de seu próprio processo educacional, sendo que ele ficará responsável por selecionar as matérias que julgar mais interessantes e que se relacionam com o que ele quer seguir como profissão.
Desse modo, espera-se um ensino mais técnico, voltado à elaboração de um projeto de vida e com foco no futuro profissional dos estudantes.
Diante dessas alterações, é visível que o Ensino Médio será bastante modificado a fim de se adaptar ao mundo moderno e tecnológico em que vivemos.
O ensino e a realidade estarão em constante interação, de modo a fazer o aluno entender o porquê de estar estudando determinado assunto em determinada aula.
O anseio de fazer com que os alunos entendam a escola foi o principal motivo para essa mudança no Ensino Médio. Esse “entender a escola” não está relacionado aos conteúdos em si, mas sim à necessidade de o aluno compreender a razão de estar ali e como a instituição impactará o seu futuro.
Isso se deve ao fato de os estudantes, com o passar dos anos, estarem em um processo de desconexão com as instituições de ensino.
Muitas vezes, o professor não recebe perguntas relacionadas às disciplinas, mas sim o questionamento “Por que estamos estudando isso?”. E em algumas ocasiões é até difícil ter uma resposta satisfatória.
Por isso, os principais pontos de alteração da reforma do Ensino Médio foram:
Todas essas mudanças foram pensadas para aumentar o rendimento escolar dos alunos, que estava abaixo do esperado ao considerar as notas de desempenho nessa etapa da educação básica.
A implementação do ensino técnico na nova grade curricular é um dos elementos mais relevantes da reforma do Ensino Médio.
Atualmente, são necessárias 1.200 horas para ser certificado com um curso técnico, além das 2.400 horas destinadas ao ensino regular. A alteração na legislação permite que cursos regular e técnico sejam trabalhados de forma simultânea em 4.200 horas.
Isso acelera o processo de qualificação do estudante e tal medida pode inserir o aluno diretamente no mercado de trabalho logo após o término dos estudos ou ainda durante o Ensino Médio, como acontece com os programas de jovem/menor aprendiz ou estágios.
Outro ponto que merece destaque é a introdução do ensino integral nessa etapa de desenvolvimento dos alunos, uma medida que também havia sido levada para o Ensino Fundamental.
Contudo, isso demanda de um grande investimento por parte do Governo, em todas as suas esferas, e das escolas, pois o ensino integral só dará resultados se a instituição de ensino for um ambiente agradável e que possibilite o desenvolvimento intelectual e social dos alunos.
Diante disso, é preciso tornar a escola mais convidativa e repleta de recursos que potencializem as habilidades dos estudantes, como metodologias ativas, tecnologia aplicada ao ensino e professores preparados para a Educação 4.0.
Também, é válido apostar nos espaços da escola. Tenha, por exemplo, laboratórios de ciências e de informática muito mais modernos, com oficinas de robótica e inteligência artificial. Tudo isso ajuda a criar esse ambiente ideal para sua instituição.
Tanto a formação profissional, quanto o ensino integral, se desenvolvidos da maneira adequada, podem transformar a educação nacional.
Entre as dúvidas mais frequentes sobre o novo Ensino Médio estão as que se referem à eliminação de disciplinas da grade curricular.
O Ministério da Educação respondeu a essa e outras dúvidas e deixou claro que nenhuma matéria ou conteúdo deixará a grade curricular na atualização do Ensino Médio.
Mediante as quatro grandes áreas de conhecimento, todas as matérias estarão presentes em sala de aula, incluindo Artes, Educação Física, Sociologia e Filosofia.
Tais conhecimentos serão abordados nos itinerários formativos e nas aulas obrigatórias. Entre os itinerários, o aluno poderá escolher qual deseja seguir, sendo as opções:
Os itinerários podem ser combinados ou trocados ao longo do avanço do aluno.
Muito ainda será alterado na implementação do novo Ensino Médio, mas espera-se que o baixo desempenho dos estudantes seja realmente superado.
Por fim, não se esqueça de deixar a sua escola de acordo com as alterações, principalmente em relação à tecnologia, que tem um papel fundamental na integração do novo Ensino Médio e que não deve apenas estar presente na sala de aula.
Sua gestão escolar também precisa se modernizar. Para isso, conte com um sistema de gestão escolar como o Sponte.
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