A gestão pedagógica é o caminho para garantir que uma escola cumpra sua principal missão: ofertar um ensino de qualidade, que possibilite a formação plena de seus alunos.
Esse segmento da gestão escolar cuida da relação da escola com os alunos, da gestão e formação de professores, da organização da metodologia de ensino e muito mais. Ou seja: tudo o que tem a ver com pedagogia é função da gestão pedagógica na escola.
Mas para ter os melhores resultados em uma atividade tão importante, complexa e presente na realidade educacional, é preciso conhecê-la em detalhes.
Aqui no blog da Sponte, exploramos as variadas facetas da gestão escolar pedagógica em muitos artigos detalhados, instrutivos e valiosos para uma instituição de ensino de sucesso. E neste texto vamos te guiar pelos principais conteúdos para você alcançar todos os objetivos da gestão pedagógica. Confira:
O primeiro ponto de confusão que precisamos superar é que gestão escolar e gestão pedagógica não são sinônimos! Ambos os conceitos fazem parte do sucesso de uma instituição de ensino, mas suas diferenças precisam estar claras para os gestores.
Enquanto a gestão escolar é responsável pela administração de recursos e pessoas no geral, a gestão pedagógica envolve especificamente os elementos relacionados à educação dos estudantes e à atuação dos professores. É ela quem desenvolve o planejamento e a organização da proposta pedagógica da escola, por exemplo.
🔎 Leia mais: Gestão pedagógica: o que é e como fazer.
Além disso, a gestão pedagógica também define quais são os métodos de ensino aplicados no dia a dia da instituição. Esse importante setor também desempenha o papel de estabelecer metas relacionadas ao aprendizado e ao desempenho dos alunos.
Assim, o corpo pedagógico consegue saber quais são as maneiras de alcançar tais metas — especialmente a partir de um planejamento pedagógico, cujo desenvolvimento também é função desse segmento da gestão escolar.
Outras responsabilidades que fazem parte da gestão pedagógica são fazer a gestão do currículo escolar e estabelecer diretrizes a serem seguidas pelos professores.
Dentre suas funções está ainda a de fomentar atividades que enriqueçam a experiência de aprendizado dos alunos e ajudem em seu engajamento. Ideias para tais atividades podem surgir tanto do próprio gestor, quanto do diálogo com professores e alunos.
Sendo assim, a gestão pedagógica possui a função de facilitadora de projetos, pois é com ajuda dela que ideias e sugestões ganharão vida.
Ainda, é missão da gestão pedagógica cuidar dos alunos, principalmente garantindo uma aprendizagem de sucesso, mas não apenas isso. Também é necessário acolhê-los, cuidar do comportamento e garantir seu bem-estar no ambiente educacional.
Com todas essas funções, a gestão escolar pedagógica tem um objetivo central: garantir a melhor relação possível entre ensino e aprendizagem, formando alunos prontos para o futuro e cidadãos conscientes de sua importante parte na sociedade.
Mas, para alcançar essa meta, a gestão pedagógica também tem objetivos e atividades mais específicos, como:
Tudo isso ajuda a abrir o caminho para o grande objetivo de educar, que é a missão central de qualquer escola.
Como vimos, uma boa gestão pedagógica é composta de vários elementos, possui numerosos objetivos e, portanto, deve ser abordada por diferentes frentes — todas focadas em melhorar o ensino e a aprendizagem.
Então, para te ajudar a ter sucesso nessa função que pode parecer tão complexa, separamos cada elemento da gestão pedagógica em tópicos organizados para que você possa explorar com praticidade tudo o que você precisa saber.
Então continue sua leitura e veja como fazer a melhor gestão pedagógica em sua escola.
O projeto político pedagógico, também conhecido como PPP, é o primeiro passo para uma boa gestão pedagógica. Ele é um documento desenvolvido de forma coletiva dentro da escola com a finalidade de orientar os trabalhos do ano letivo de forma organizada e planejada.
Basicamente, o PPP escolar é um planejamento elaborado internamente com orientações que devem guiar a relação ensino-aprendizagem durante o ano letivo. Nesse sentido, ele deve ser um documento formal, mas construído coletivamente pela comunidade escolar.
Ele contém os objetivos da escola para aquele período, além das competências que a instituição pretende desenvolver em seus alunos e as metodologias de ensino que serão aplicadas nesse processo.
Para tudo isso, o PPP escolar se baseia nos três pilares que compõem seu nome:
O conceito de “projeto” vem da característica de planejamento que é tão central ao PPP. Ele é, de fato, um projeto que permite à escola pensar seu futuro com base em objetivos claros e por meio de planos de ação concretos e estratégias bem definidas.
A escola tem como missão principal formar cidadãos prontos para o futuro, com conhecimento, criatividade e pensamento crítico, além de compreensão de seu espaço ativo na sociedade.
Por isso, o PPP é um documento político, que deve compreender a sociedade onde a escola está inserida e suas funções como agente de transformação. O ensino, nesse sentido, precisa levar em conta a realidade social, cultural e econômica de sua comunidade.
A pedagogia é o coração de qualquer instituição de ensino e também deve estar no centro de seu PPP. De fato, todas as partes de “projeto” e de “político” devem se pautar neste último elemento, que é a coordenação da aprendizagem de seus alunos.
É esse pilar que demanda que o PPP defina metodologias a serem aplicadas, competências educacionais a serem formadas e toda a base para a gestão pedagógica escolar. Na prática, é o desenho de uma proposta pedagógica para a escola.
Para criar seu PPP, primeiro é preciso entender quem são os responsáveis por ele na escola.
A responsabilidade sobre o Projeto Político Pedagógico de uma escola ou colégio costuma ser principalmente do diretor ou líder escolar. É ele ou ela que deve coordenar o processo para que tudo ocorra da melhor maneira possível.
No entanto, a preparação de um PPP não é um dever exclusivo desse profissional, ou mesmo do pequeno grupo de pessoas que compõem sua equipe pedagógica. A elaboração deve sempre ser feita em conjunto com a comunidade, em uma verdadeira gestão participativa, com professores, equipe pedagógica, colaboradores, alunos e até pais e responsáveis.
Isso tem o objetivo de garantir que seu PPP seja diverso, inclusivo e efetivo, atendendo às variadas demandas e necessidades que existem na escola.
Com isso em mente, é preciso seguir alguns passos na composição do seu PPP:
No fim, seu PPP deve conter:
Para entender melhor como alcançar isso tudo, leia: Tudo sobre o Projeto Político Pedagógico para sua escola.
Uma parte central do PPP é a definição do currículo escolar. Ele é, na prática, um documento com os conteúdos que serão estudados na instituição, os objetivos da aprendizagem e as competências a serem desenvolvidas pelos seus estudantes.
Ele é essencial como uma referência para a gestão pedagógica, guiando seu planejamento e até a criação dos planos de aula.
Há diferentes tipos de currículo escolar, mas, atualmente, esse documento deve ser produzido com base no que preza a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), dentro de suas diretrizes, mas com uma personalização adequada à realidade da sua escola.
Por mais importante que seja, o PPP é apenas o primeiro passo no planejamento pedagógico de uma instituição de ensino. Com o documento pronto e sua proposta pedagógica estipulada, é hora de seguir com reuniões e deliberações para preparar a escola, na prática, para um novo período letivo.
Em seu cerne, esse planejamento pedagógico é a programação que a instituição seguirá durante o ano, assegurando que todos estejam em sintonia e possam ter metas e objetivos parecidos.
Isso envolve:
O estabelecimento desse planejamento pedagógico passa por sete passos fundamentais. Confira:
🔎 Leia mais: O planejamento pedagógico e sua influência nas escolas.
Parte essencial desse planejamento são as reuniões pedagógicas, seja para organizá-lo no começo do ano, seja para atualizá-lo e avaliar seu sucesso durante o período letivo. Também conhecidas como reuniões de planejamento, elas estão entre as mais importantes atividades para a gestão pedagógica em qualquer instituição de ensino.
No entanto, nem toda escola tem o cuidado necessário para garantir que esse momento tão importante seja realmente efetivo. Muitas reuniões pedagógicas acabam sendo enroladas, demoradas e pouco produtivas.
Para evitar esse problema, é ideal definir previamente uma pauta com os objetivos da reunião e quais assuntos devem ser abordados junto à equipe pedagógica. Tudo isso precisa ser informado aos participantes do encontro, para que todos estejam “na mesma página”.
Outras dicas importantes são:
Para conferir mais orientações práticas e detalhadas para essa reunião tão importante, confira: Como organizar uma reunião pedagógica eficiente?
Outro elemento do planejamento pedagógico é a definição de planos de aulas. Eles são um instrumento essencial para o trabalho do professor, além de um guia importante para os alunos e uma ferramenta de organização para a gestão pedagógica.
Atualmente, há diretrizes específicas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que ajudam a organizar esses planos de acordo com as necessidades de cada etapa da formação dos alunos na educação básica.
Fora da educação básica, escolas de idiomas e cursos livres possuem orientações específicas na definição de planos de aula. Elas devem ser organizadas dentro da gestão pedagógica e compartilhadas com a equipe de professores.
Um plano de aula para qualquer etapa educacional precisa conter algumas informações padrão que servirão como o primeiro passo na composição desse documento.
Primeiro, elabore um cabeçalho com:
Na sequência, defina um título ou tema com o que será abordado na aula, a partir do assunto, das competências e das habilidades a serem desenvolvidos.
Então, estabeleça os objetivos da aula, sempre mantendo em mente os objetivos apresentados na BNCC para a etapa educacional específica de sua turma.
Na sequência, indique os conhecimentos prévios que os alunos precisam para poderem absorver as informações da lição que você está planejando.
Aponte ainda o local onde a aula vai ocorrer — sala de aula, laboratório de ciências, pátio escolar, etc — e sua duração prevista.
Depois disso, estabeleça as metodologias a serem aplicadas na aula e o passo a passo para o desenvolvimento da lição, apresentação dos temas e realização de atividades.
Faça, então, uma previsão dos recursos necessários para a aula.
O próximo passo é estabelecer uma forma de avaliação, para conferir se seus estudantes realmente absorveram o conteúdo.
Para terminar, falta só a referência bibliográfica, com livros, artigos, vídeos e qualquer outro material que tenha servido para a composição da aula.
Essas são diretrizes para guiar o trabalho, mas lembre-se: o plano de aula deve ser personalizado para as necessidades de cada escola e até de cada turma — e, principalmente, para cada etapa educacional de acordo com a BNCC.
Confira o processo de forma mais detalhada para cada etapa da educação básica: Como fazer um plano de aula de acordo com a BNCC?
🔎 Leia também: Dicas para melhorar o plano de aula em sua escola.
Confira ainda nosso kit de materiais sobre planejamento pedagógico:
A gestão pedagógica de sucesso também precisa estar de olho em novidades, tendências e metodologias de ensino. Esses elementos podem fazer a relação entre ensino e aprendizagem de sua escola evoluir e os resultados de seus alunos melhorar cada vez mais.
Por isso, neste tópico vamos abordar novos modelos de educação e tendências escolares que podem realmente fazer a diferença e preparar seus estudantes para o futuro que os espera.
Nossa primeira parada nessa jornada por tendências educacionais é uma metodologia que anda de acordo com as expectativas de um futuro cada vez mais tecnológico: é a metodologia STEAM.
A sigla é a reunião das palavras Science, Technology, Engineering, Arts e Math — ou, em português, Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática — e parte do pressuposto que essas cinco áreas são fundamentais para o desenvolvimento dos cidadãos modernos.
Busca-se, nesse sentido, formar alunos de acordo com as competências exigidas pelo século XXI, como criatividade, contato com a tecnologia, autonomia, responsabilidade, pensamento crítico, habilidade para trabalhar em equipe e estrutura emocional para tomar decisões.
É claro que essas cinco frentes que compõem a metodologia não são excludentes. A proposta da STEAM na educação básica não é deixar de lado o português, a sociologia, a filosofia, a educação física ou qualquer outra disciplina essencial para a formação plena dos estudantes.
A ideia é, sim, reconhecer a função desses cinco elementos no desenvolvimento de seu processo pedagógico e buscar trabalhá-los de maneira efetiva e com a atenção que merecem.
Aulas de robótica, por exemplo, são uma tendência alinhada a esse princípio. Uma boa gestão pedagógica busca explorar essas possibilidades em seu currículo escolar.
🔎 Leia mais: Entenda o que é STEAM e como aplicar essa metodologia em sua escola.
Nossa próxima parada é uma das principais bases da educação do futuro. É uma tendência que subverte o conceito tradicional de educação em que os alunos são ouvintes passivos do próprio aprendizado. Estamos falando das metodologias ativas.
O conceito de metodologias ativas de ensino compreende a implantação de novas formas de aprendizagem na prática escolar, modificando o modo como o aluno aprende.
A principal mudança é na posição desse estudante, que se torna menos passivo e começa a participar ativamente da aula, engajando-se no próprio processo educacional.
O professor, por sua vez, deixa de ser aquela figura que fica na frente da sala, apenas com a responsabilidade de expor o conteúdo e lidar com o comportamento dos alunos. Nessas metodologias de ensino, ele atua também como um mediador entre o conhecimento e seus estudantes.
Tudo isso sem perder sua posição de autoridade na sala de aula. Afinal é ele que realmente entende do tema e tem a formação para manter a disciplina e passar os conteúdos. Portanto, deve ser sempre valorizado!
Há diferentes tipos de metodologia ativa de ensino, como a sala de aula invertida, a promoção de debates, as pesquisas de campo, etc. O objetivo central que as une é fazer com o que o aluno deixe de ser apenas um “receptor” do conhecimento entregue pelo professor e passe a agir como um participante ativo de todo o processo.
🔎 Conheça essa prática: Metodologias ativas de aprendizagem: saiba o que são e como incluí-las em sua escola.
Na aprendizagem ativa, o aluno também é responsável por buscar o conhecimento e conduzir sua própria educação em conjunto com seus colegas e com orientações e mediação do professor — muitas vezes trabalhando com a resolução de problemas reais.
Já está comprovado que um aluno aprende muito melhor quando engaja-se e participa do próprio processo educacional. Assim, o futuro das escolas — sejam elas presenciais, remotas ou híbridas — é a aprendizagem ativa.
Essa forma de educação é, de fato, excelente para conciliar o ensino remoto em sua prática escolar, pois estimula o aprendizado do aluno sem depender da presença constante do professor.
Por isso, no link abaixo, apresentamos um artigo que explora 10 estratégias de aprendizagem focadas em colocar o aluno no centro do aprendizado, como protagonista e agente ativo da formação do conhecimento em uma escola de educação básica.
🔎 Confira: 10 estratégias de aprendizagem ativa para usar em aulas presenciais e remotas.
A cultura maker é uma das grandes tendências das novas gerações, tirando muitas pessoas da posição de consumidores passivos e transformando-as em verdadeiras protagonistas da produção artística, profissional e até funcional. E isso está cada vez mais integrado à gestão pedagógica em escolas do mundo todo.
Afinal, além dos benefícios de sustentabilidade e economia, a cultura maker potencializa também a criatividade, a autonomia e a colaboratividade, bem como proporciona um aprendizado inovador.
Em uma escola, o movimento maker melhora o ensino e ajuda a formar alunos realmente preparados para o futuro.
De forma resumida, a cultura maker é uma tendência em que as pessoas consertam ou criam vários tipos diferentes de itens em vez de comprá-los e consumi-los passivamente. Isso envolve desde utensílios domésticos até obras de arte, ou desde sistemas de computação até aparelhos de robótica, entre muitas outras possibilidades.
Alunos que tiverem contato com a cultura maker desde os primeiros anos de escola terão um arsenal muito maior para lidar com as novidades do mercado de trabalho e também com os desafios da vida adulta.
Com uma educação maker, os estudantes “colocam a mão na massa” e passam a ter essa noção integrada durante todo o processo de aprendizagem, o que potencializa a forma como absorvem e aplicam o conhecimento. Ou seja: eles vão aprender fazendo.
Para isso, você pode estimular atividades maker, como:
Confira mais atividades maker, metodologias de ensino adequadas e outras técnicas para levar essa cultura para dentro de sua escola: O que é e como implementar a cultura maker na educação?
As aulas online já são uma realidade há muito tempo para a gestão pedagógica em escolas que trabalham a modalidade de ensino a distância (EAD).
No entanto, a pandemia de covid-19 que começou em 2020 abriu esse novo paradigma para a gestão pedagógica de forma mais ampla. Com a obrigação de isolamento para conter a contaminação, as escolas fecharam as portas e precisaram lecionar à distância.
Foi um período difícil — em vários níveis e áreas — mas também foi um tempo de aprendizagem. Agora, as aulas online fazem parte da realidade de muito mais escolas e é uma das tendências da educação do futuro.
🔎 Leia também:
As aulas online são uma estratégia revolucionária de superar limites da aprendizagem e proporcionar outras formas de levar o conhecimento às novas gerações. Muitas vezes, essas aulas são trabalhadas em consonância com o aprendizado presencial, em uma estratégia de ensino híbrido que veremos na sequência.
No entanto, essa realidade transformadora na educação também enfrenta obstáculos — principalmente para manter o engajamento em aulas remotas.
Afinal, já pode ser difícil manter o aluno interessado durante as aulas presenciais, e esse desafio só cresce quando ele está distante, conectado à internet e sendo alvo de um maremoto de informações e distrações o tempo todo.
Por isso, preparamos um texto com instruções para você potencializar esse engajamento. Confira: 10 dicas para manter o engajamento dos alunos com as aulas online.
Mesmo com seu grande potencial, as aulas online acabam sendo limitadas em várias frentes, como a interação social, a aprendizagem coletiva e até o engajamento, que já mencionamos.
Mas, para escolas que querem combinar o melhor dos dois mundos, há a opção do ensino híbrido.
Na prática, o ensino híbrido é uma modalidade educacional que combina as atividades presenciais com o ensino remoto, por meio de recursos digitais, de forma complementar. Ele integra as aulas presenciais com lições a distância de uma maneira com que a própria educação se torne mais completa, moderna e conectada.
O ensino híbrido, assim, se expande para além da sala de aula e do horário escolar, levando a educação para outros momentos da vida do estudante, e marcando presença em outras plataformas, como as redes sociais e os ambientes educacionais online.
Nesse sentido, essa metodologia de ensino é uma facilitadora da transformação digital, ajudando os alunos a se prepararem para um mercado de trabalho cada vez mais conectado e exigente.
Também é uma maneira de aproximar mais sua escola das novas gerações, falando a língua delas e melhorando o seu engajamento nas aulas.
O ensino híbrido ainda ajuda a superar desafios educacionais, aumenta a flexibilidade para a adaptação de metodologias ativas, personaliza a aprendizagem e dá mais autonomia e protagonismo aos alunos.
Continue sua leitura nestes textos, para entender como colocá-lo em prática e como criar planos de aula adequados a essa premissa híbrida de educação:
Por muito tempo, considerou-se que a função da escola era promover o desenvolvimento de habilidades que podemos chamar de “técnicas”. O currículo escolar e até os estudos sobre pedagogia se concentravam na transmissão de conteúdos como matemática, língua portuguesa, biologia, geografia, história e afins.
Estes conteúdos, claro, seguem na rotina das escolas até os dias de hoje e são indispensáveis. Porém, hoje entende-se que o mundo exige o desenvolvimento de outras habilidades, que também são fundamentais para a formação do ser humano em toda a sua plenitude.
Conceitos como criatividade, pensamento crítico e proatividade são exemplos de habilidades altamente necessárias, e que passaram a fazer parte da gestão pedagógica de forma integrada ou complementar às chamadas disciplinas tradicionais.
É isso que chamamos de educação socioemocional: um processo que contribui de forma bastante significativa para a formação dos estudantes e para as suas relações com a sociedade dentro e fora do ambiente escolar.
🔎 Leia mais: Educação socioemocional: o que é e qual a sua importância para o contexto escolar?
Em linhas gerais, a chamada educação socioemocional é um processo de ensino e aprendizagem que considera o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais para além do acompanhamento curricular tradicional.
Neste projeto de educação, são estimulados o desenvolvimento de habilidades e inteligências que capacitam o estudante a se tornar um cidadão mais crítico, com melhores condições de relacionamento interpessoal e capacidade de transformação da sua realidade.
Com essas habilidades, os alunos terão melhores condições para se relacionarem com seus colegas de forma inteligente e equilibrada, atuar em projetos e iniciativas que contribuirão para o desenvolvimento da comunidade, ter maior consciência de si, além de firmar relações mais saudáveis com seus pares.
Ou seja, estimular o desenvolvimento de habilidades socioeducacionais fará com que o aluno tenha maior inteligência emocional, conceito que pode ser entendido como a sabedoria para compreender suas emoções e perante elas agir de forma mais equilibrada.
Cada ser humano é único. Sua história de vida, seu repertório e suas vivências o tornam um indivíduo com características próprias, que devem ser consideradas pela gestão pedagógica no processo de ensino-aprendizagem. É nesse contexto que se aplica a chamada aprendizagem adaptativa.
Esta é uma proposta de educação que considera as características individuais de cada estudante, adaptando o processo de ensino a sua realidade, perfil e personalidade.
Cada aluno possui um ritmo diferente de aprendizado, ou tem mais facilidade de aprender um determinado conteúdo por meio de textos, por exemplo, enquanto outros podem se sentir mais familiarizados com vídeos, ou conseguem reter mais conhecimento por meio de atividades práticas.
Adaptar o ensino a cada aluno de forma particular parece ser uma grande tarefa e, de fato, a aprendizagem adaptativa traz consigo alguns desafios para professores, diretores e gestores de escolas.
Saiba mais e entenda como trabalhar essa metodologia de ensino em sua escola: O que é aprendizagem adaptativa e quais são os seus benefícios para a educação?
Hoje estamos entrando na era da Educação 5.0, uma tendência que busca revolucionar o ensino e o planejamento da gestão pedagógica como um todo, combinando a evolução da tecnologia com o desenvolvimento das competências socioemocionais.
Essa tendência começou quando a revolução da tecnologia e das formas de lecionar lançou às escolas um desafio importante: integrar o mundo digital e tornar o aluno protagonista de seu próprio aprendizado com tipos de metodologia de ensino adequadas.
Isso marcou a chegada da Educação 4.0, uma estratégia escolar essencial para formar alunos preparados para a sociedade do futuro. No entanto, o ensino não parou de evoluir.
Mesmo com as novidades da Educação 4.0, ainda há novos passos a dar, com humanização da aprendizagem, destaque para educação inclusiva e diversidade, abordagem das competências socioemocionais, integração com a sociedade, entre outras importantes tendências.
Muitas escolas já abordam essas aprendizagens humanizadas, mas ainda falta uma integração de todo o processo, que abra o caminho para um ensino completo, digital, integral e humano. É aí que entra a Educação 5.0.
🔎 Entenda: Educação 5.0: a importância da educação socioemocional para o futuro das escolas
A neuroeducação é uma aliança entre a neurociência, a psicologia e a educação. Ela pode ser entendida como a utilização dos conhecimentos produzidos por essas áreas no desenvolvimento de práticas pedagógicas, métodos de ensino e outros temas, integrando a neurologia com a educação.
Ela é uma metodologia de ensino tão efetiva porque, ao entender como o cérebro funciona, é mais fácil perceber, por exemplo, quais estímulos despertam mais a atenção dos alunos. Isso permite desenvolver novos métodos de aprendizagem, mais eficazes e prazerosos.
Por meio da neuroeducação é possível:
Além disso tudo, a neuroeducação permitiu aos estudiosos perceberem com maior clareza que as emoções também afetam a experiência do aprendizado. Afinal, vários estudos já demonstraram que a assimilação do conteúdo é mais efetiva quando atrelada às emoções.
Outros fatores relacionados às emoções também contribuem para um aprendizado melhor e mais duradouro, como os estímulos à novidade, à curiosidade e à criatividade.
Entenda essa ciência revolucionária e como implantá-la em sua escola: O que é neuroeducação e qual é a sua importância no processo de ensino-aprendizagem?
Na prática, a curva de aprendizagem não é uma metodologia de ensino, e sim uma representação visual da evolução de seus alunos, dividida em dois eixos: aprendizagem e tempo.
Esses eixos são apresentados em um gráfico, que permite entender esse avanço com mais clareza, observando a progressão do desempenho de um estudante.
No contexto da gestão pedagógica, esse gráfico mede o desempenho do estudante durante todo o período letivo, considerando cada atividade realizada por ele dentro do planejamento.
Conforme sua linha no gráfico sobe — mostrando um desempenho maior de acordo com o tempo passado —, ela mostra que o aluno teve resultados mais satisfatórios e pode abraçar exercícios mais desafiadores.
Ao mesmo tempo, se a linha está descendo ou mantendo-se estável, é sinal de que o estudante não está evoluindo. Isso pode indicar dúvidas, dificuldade com o ensino ou outros problemas de aprendizagem.
Por meio dessa visualização, o professor e a gestão pedagógica podem descobrir se o aluno precisa de ajuda ou mesmo se é hora de rever as metodologias de ensino.
Veja como aplicar essa ferramenta de acompanhamento escolar em sua instituição de ensino: Curva de aprendizagem no ensino: aprenda a usar essa técnica com seus alunos.
Em um mundo cada vez mais globalizado, é comum que muitas escolas ofereçam uma formação bilíngue para seus alunos, explorando um idioma extra — geralmente o inglês — junto à língua materna.
De fato, a educação bilíngue é um grande destaque. Ela ajuda a preparar seus alunos para o futuro, aprendendo o idioma mais falado do mundo de forma natural e integrada ao próprio aprendizado tradicional.
É uma excelente estratégia, inclusive, para ensinar seus alunos a não apenas entender e falar, mas sim pensar em inglês (ou outro idioma, caso sua escola explore essa possibilidade). Isso abre as portas para um aprendizado muito mais completo.
No entanto, apesar da formação bilíngue ser essencial nessa proposta educacional, o ensino internacional vai além, envolvendo um verdadeiro mergulho cultural e de vivência na realidade dos outros países.
Na prática, ele envolve estabelecer parcerias de ensino com instituições do exterior, realizar intercâmbios e fazer verdadeiras trocas de conhecimentos, costumes e experiências.
Com isso, seus alunos terão mais do que o conhecimento do idioma. Eles entenderão a vivência do outro país e expandirão seus próprios horizontes.
Isso é fundamental, pois o mundo hoje é global. Podemos estar no Brasil, nos Estados Unidos, na África do Sul ou na China e ainda assim estamos sempre conectados de maneira internacional. E isso vai além do âmbito cultural, permeando também as compras, o trabalho, a educação e a evolução tecnológica.
Obviamente, quem estiver preparado para essa vida globalizada terá acesso a mais conhecimentos e experiências, além de estar um passo à frente no mercado de trabalho.
🔎 Entenda: Como estabelecer o ensino internacional na sua escola?
A aprendizagem significativa é um processo pelo qual os novos conhecimentos são conectados de maneira relevante e significativa ao conhecimento prévio do aluno. Nesse tipo de ensino, o estudante busca entender os conceitos em um contexto mais amplo e aplicável.
Nesse sentido, as principais características da aprendizagem significativa são:
Em resumo, a principal diferença entre a aprendizagem significativa e o ensino tradicional está na forma como o conhecimento é adquirido e processado.
Enquanto a aprendizagem mecânica com a qual as escolas de antigamente ensinavam seus alunos enfatiza a memorização e a repetição sem compreensão profunda, a aprendizagem significativa busca criar conexões relevantes com o conhecimento prévio do estudante, resultando em uma compreensão mais profunda e duradoura do conteúdo.
Entenda melhor a teoria e descubra como aplicá-la na prática em sua escola: Aprendizagem Significativa: conhecimento com conexões duradouras.
Finalmente para nossa última tendência em metodologia de ensino vamos falar sobre um tema que já virou moda, mas cujo funcionamento não é muito bem compreendido por muitos: a gamificação.
Diferente de um senso comum já arraigado, gamificação não significa simplesmente colocar jogos no meio do ensino. Em vez disso, essa prática envolve a aplicação da mecânica dos jogos para a transmissão de conhecimento e o aprendizado.
O termo foi criado pelo programador e designer de games Nick Pelling, que percebeu o potencial de engajamento da dinâmica para diversos processos, como o da aprendizagem.
A ideia da gamificação é tão efetiva para a realidade escolar porque o ser humano é curioso por natureza, é movido a desafios e se sente estimulado a alcançar metas e objetivos.
Tudo isso é explorado pelo mundo dos jogos. A dinâmica dos games — digitais, de tabuleiro ou brincadeiras de grupo — apresenta elementos como metas, objetivos, desafios a serem superados, e vários outras características conectadas a essas tendências humanas.
Os jogos também apresentam outras duas características com grande potencial de mobilização: regras e feedbacks.
As regras determinam o comportamento do jogador, ou seja, mostram qual o caminho para se chegar a um determinado resultado. Já o feedback avalia o desenvolvimento de sua jornada.
Fazendo um paralelo com a educação, as regras seriam os meios para que o aluno obtenha um determinado conhecimento, enquanto o feedback poderia ser comparado a uma avaliação, ou seja, o acompanhamento de como está o andamento do aprendizado.
Além disso, os jogos possuem vários outros elementos que podem ser aproveitados em atividades escolas, como desafios, rankings, pontuações, progresso, entre outros.
Na prática, então, a gamificação torna o ensino mais interessante para os alunos, estimulando o engajamento e até os resultados da aprendizagem.
🔎 Entenda mais: O que é gamificação e como ela contribui para o processo de ensino-aprendizagem?
A avaliação escolar é parte indispensável de qualquer processo de ensino. Ela é uma forma de diagnosticar a situação de aprendizagem de cada aluno, verificar o quanto do conteúdo foi absorvido pelos estudantes, analisar se eles estão conseguindo acompanhar a programação curricular e muito mais.
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o objetivo das avaliações é “realizar uma análise global e integral dos estudantes”. Isso de modo a permitir que a equipe pedagógica conheça as dificuldades de cada aluno e os ajude a superá-las.
Todo esse processo é chamado de acompanhamento pedagógico, mas nem sempre funciona da maneira efetiva que mencionamos até aqui.
Tradicionalmente, quando se fala em avaliação escolar, a primeira reação dos alunos tende a ser negativa: ficam nervosos, preocupados e desmotivados. Aposto que você, gestor ou professor que está lendo este post, lembra bem do desgaste nos processos de correção de provas.
A tradição do processo avaliativo duro e conteudista, que professores de diversas gerações anteriores aplicavam, faz com que educadores de hoje ainda tenham dificuldades em acompanhar seus alunos de uma forma mais humanizada e realmente eficiente para a formação estudantil.
Para superar essa dificuldades, é importante conhecer os diferentes tipos de avaliação e como eles podem ser aplicados no acompanhamento pedagógico:
Essa prática examina o desempenho a partir de seu domínio do conteúdo. Ele está presente em provas de múltipla escolha, avaliações dissertativas, entre outras formas de análise que ajudem a compor um parecer sobre as habilidades e aprendizados desenvolvidos pelos alunos.
Essa é uma avaliação quantitativa, que pode ser usada de forma comparativa. Mas não deve servir para classificar os alunos e diferenciá-los uns dos outros, mas sim para proporcionar reflexões e oferecer dados para um direcionamento aos professores e à equipe pedagógica, para que melhorem as práticas de ensino.
Diferente da somativa, a avaliação diagnóstica não trabalha com classificação ou pontuação. Como o nome indica, ela serve para diagnosticar o conhecimento prévio e as necessidades do aluno por meio de provas escritas ou orais, debates, questionários ou redações.
Essa avaliação permite ver o que os alunos sabem sobre determinado conteúdo e adequar as próximas aulas a partir desse conhecimento.
Esta é uma prática de acompanhamento pedagógico mais informal, que os professores fazem durante a aula, por meio de perguntas, debates e análises para ver se o conteúdo está sendo realmente absorvido pelos estudantes.
Essa é uma forma de abrir espaço ao feedback, para que os próprios alunos mostrem se estão aprendendo e guiem o processo educacional de forma com que o conhecimento seja mais acessível para eles.
Os três tipos de avaliação devem ser trabalhados em conjunto, de maneira a construir um acompanhamento pedagógico realmente produtivo.
Para isso, é preciso colocar em prática métodos de avaliação diversos, sem se limitar a apenas um modelo. Algumas das principais opções são:
Lembre-se sempre de que o método de avaliação deve estar em consonância com suas metodologias de ensino. Assim, os resultados serão sempre melhores.
🔎 Leia mais: Tudo sobre avaliação escolar: melhores práticas no processo avaliativo, objetivos e análise de resultados.
Sua escola está dando a atenção necessária à gestão de professores como parte da gestão pedagógica? Essa é uma das etapas mais importantes da gestão escolar e, infelizmente, acaba ficando em segundo plano em muitas instituições de educação básica.
É muito comum escolas terem apenas processos organizados para recrutamento e seleção. Depois disso, apenas algumas fazem avaliação de desempenho ou feedback para professores.
Em uma parcela das instituições, há incentivo para o desenvolvimento profissional por meio da formação continuada. Mas é muito raro ter todos esses processos organizados de forma integrada e eficiente, com uma verdadeira estratégia de gestão de pessoas.
Confira como ter uma gestão de professores efetiva: Tudo sobre gestão de professores na escola.
E, para conhecer o tema de forma detalhada, confira os próximos tópicos:
Uma das mais importantes missões da gestão de professores é estimular a formação continuada de sua equipe pedagógica. Afinal, os educadores também precisam aprender constantemente, para oferecer o melhor ensino para seus alunos.
Esse processo consiste em aprimorar as técnicas de oratória, preparação de aula, didática, gestão de tempo, conceitos relacionados à pedagogia, entre outras atitudes bastante presentes no dia a dia de um professor.
Além disso, é preciso também aprender novas tendências e metodologias, para oferecer uma aula moderna e atualizada para os estudantes.
Nesse cenário, é função da gestão pedagógica não apenas incentivar, mas também orientar os educadores na busca pela formação mais adequada.
🔎 Leia mais:
O estabelecimento de metodologias de ensino faz parte do planejamento pedagógico. Então, sua gestão precisa se atentar a isso e acompanhar o desenvolvimento dessas técnicas junto aos professores.
Conte com o feedback deles, inclusive, no momento do planejamento e durante o ano letivo. Assim você poderá sempre oferecer as melhores técnicas dentro do conhecimento conjunto dos educadores e de sua gestão.
Como já vimos, uma das grandes tendências da educação para os próximos anos é o ensino híbrido. O potencial dessa educação que mistura o mundo digital com as aulas tradicionais é enorme e já está marcando presença em muitas escolas no mundo inteiro.
Mas é importante lembrar que a aula online é um aprendizado também para os professores.
Por isso, sua gestão pedagógica deve capacitar a equipe para dar aulas online, combinadas às lições presenciais, com uso de novas abordagens e metodologias de ensino adequadas a esse cenário mais digital.
🔎 Entenda: Educação do futuro: veja como capacitar professores para aulas online e ensino híbrido.
Outra missão fundamental da gestão pedagógica é valorizar os professores e mantê-los engajados.
Afinal, os educadores têm o poder de motivar e desmotivar alunos em todas as etapas da educação. Muitas vezes, uma única palavra ou frase pode ser o suficiente para marcar a vida de um estudante, seja de maneira positiva ou negativa.
Entender como isso funciona é essencial para que esse profissional possa influenciar positivamente, ajudando no desenvolvimento e, também, na retenção e na captação de estudantes.
🔎 Confira: Como ter professores engajados, que contribuem para a retenção e captação de alunos?
Também é função da gestão pedagógica dar aos professores as condições de realizar seu trabalho da melhor forma possível. E isso envolve oferecer ferramentas que otimizem seu dia a dia e abram as portas para uma educação mais produtiva.
Isso envolve tecnologias para a sala de aula, mas também funcionalidades para a criação de planos de aula, registro de notas, acompanhamento de presença, disponibilização de avaliações e muito mais.
🔎 Confira: Ferramentas para professores: 20 recursos para facilitar o dia a dia do corpo docente na sua escola.
Por fim, mas não menos importante, a gestão pedagógica tem o compromisso de buscar os melhores professores para fazerem parte de sua equipe.
Ainda mais agora, que vivemos uma verdadeira transformação digital na educação. Isso exige uma equipe docente cada vez mais capacitada para manter a qualidade do ensino. Por isso, ter eficiência na contratação de professores é fundamental para o futuro de sua escola.
No entanto, essa tarefa está cada vez mais difícil. Um estudo divulgado em setembro de 2022 pelo Instituto Semesp indica uma queda considerável no número de novos alunos em cursos de licenciatura, o que significa que a oferta de bons profissionais da educação está pequena e tende a ficar pior.
Nesse cenário, saber como contratar professores capacitados é uma habilidade fundamental para qualquer gestor escolar.
Nesse processo, você deve:
Confira aqui o que você precisa observar durante essa contratação e como fazer cada um desses passos: Contratação de professores: como ter os melhores docentes em sua escola?
E, para melhorar ainda mais o processo, veja: Como preparar uma aula teste para contratação de professores na educação básica?
Chegamos, enfim, no que pode ser considerado o coração da nobre missão da gestão pedagógica: o relacionamento com os alunos.
De fato, tudo o que vimos até agora tem um objetivo principal: oferecer o melhor em ensino aprendizagem para seus estudantes. Sua escola quer formar pessoas capazes, cidadãos plenos e adultos felizes, que lembrarão da instituição com carinho e orgulho, não é?
Por isso, preste atenção nos próximos tópicos:
Essa é a função principal de uma instituição de ensino e não vamos nos alongar nela, porque já tratamos detalhadamente no decorrer de todo este texto.
Garantir o ensino e aprendizagem depende de:
E, é claro, uma equipe pedagógica disposta, preparada e com vontade de trabalhar pela melhor formação educacional possível.
O trabalho da equipe pedagógica vai além de simplesmente ensinar. Também é preciso orientar seus alunos, tirar suas dúvidas e encaminhá-los nas decisões que vão tomar no ambiente escolar.
É aí que entra a orientação pedagógica. Um trabalho que consiste, principalmente, em apoiar o aluno, auxiliar seu desenvolvimento e integrar a família na realidade da escola.
A maior dica que podemos dar aqui é humanizar esse processo. Cada aluninho em sua escola é um ser humano, com receios, dúvidas, aspirações e sonhos. Por isso, sua equipe pedagógica deve respeitar o espaço deles e saber escutar ativamente.
Bagunça, desobediência e problemas de comportamento são o outro lado da gestão pedagógica — e um trabalho inescapável e desafiador para sua equipe.
Antigamente, muitas escolas implementavam a disciplina de maneira autoritária. Obrigavam os alunos a manterem-se em silêncio, aplicavam castigos — às vezes até físicos —, e tentavam forçar um ambiente de obediência, que muitas vezes saia pela culatra.
Hoje sabemos que esse não é o melhor caminho. Trabalhar uma disciplina com reforços positivos e respeito mútuo tende a levar a resultados muito mais efetivos e duradouros, sem causar traumas nos estudantes.
É claro que não é nada assim tão fácil. Os problemas de disciplina continuarão. Mas, certamente, é um caminho mais humano e interessante para a gestão pedagógica escolar moderna.
A disciplina positiva apresenta-se como uma possibilidade para lidar com essa situação, sem autoritarismos, mas também sem permissividade exagerada. É um meio termo que se baseia no respeito, na empatia e na solução de problemas de forma conjunta.
🔎 Entenda: Saiba o que é disciplina positiva na escola e como aproveitar seus benefícios.
De pouco adianta oferecer o melhor ensino do mundo se seus estudantes não estiverem interessados em aprender. Sem engajamento, não há aprendizagem, os problemas de disciplina aumentam e toda a equipe pedagógica acaba frustrada.
Por isso, uma das missões da gestão pedagógica é estimular esse engajamento por meio de capacitação dos professores, uso de ferramentas tecnológicas e, principalmente, aplicação de metodologias de ensino realmente capazes de cativar as novas gerações.
Aqui voltamos às tendências que mencionamos antes neste texto. A gamificação, as metodologias ativas de ensino, a educação socioemocional, entre outras, são práticas excelentes para potencializar o engajamento na escola.
🔎 Leia mais: Transformações metodológicas e o que pode ser feito pela gestão escolar para manter os alunos engajados.
O bullying é uma triste realidade na escola, que se tornou ainda mais presente e difícil de enfrentar com a presença das redes sociais e do cyberbullying.
O grande problema do bullying, para suas vítimas, é que ele parece inescapável. Afinal, durante o período escolar, a criança ou adolescente têm na instituição sua principal experiência social. Quando esse espaço se torna inóspito, o aluno pode sentir-se inadequado e “condenado” a ser excluído do convívio com os demais.
Nesse sentido, o cyberbullying merece uma atenção especial. Há quem considere que essa agressão digital é menos impactante, pois não envolve a violência física. No entanto, ela pode ser ainda pior porque as vítimas não têm para onde fugir.
Enquanto o aluno pode “desligar-se” da agressão do bullying tradicional enquanto está em casa, quando essa violência ocorre de forma digital, ela o persegue onde quer que esteja — só precisa estar conectado à internet.
E o impacto é sério. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019, divulgada em 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e compartilhada pela Agência Brasil, aponta que 21,4% dos alunos afirmaram que a vida não valia a pena ser vivida. Do total, 50,6% disseram que sentem-se preocupados com coisas comuns do dia a dia.
Outro ponto importante do estudo é a insatisfação com o próprio corpo. Menos da metade dos alunos disse achar seu corpo normal, enquanto 28,9% se achavam magros ou muito magros e 20,6%, gordos ou muito gordos.
A pesquisa ainda indica que 23% dos estudantes dizem ter sido vítimas de algum tipo de bullying nos 30 dias anteriores ao questionamento, enquanto 13,2% já se sentiu ameaçado, ofendido e humilhado em redes sociais ou aplicativos.
Nessa realidade, é função da gestão pedagógica buscar:
🔎 Leia mais: Como a gestão escolar deve lidar com o cyberbullying.
Na pesquisa que trata do bullying que acabamos de ver, pode-se notar que a saúde mental das crianças e adolescentes também está em risco, e isso é um sério problema para elas, para o processo educativo e até para sua escola.
E o impacto não é apenas individual. Se a criança ou adolescente não receber o cuidado e o acolhimento necessários, os problemas podem prejudicar também o convívio dela com os colegas.
É importante lembrar, no entanto, que isso não é culpa da criança ou adolescente que sofre com o problema de saúde mental e é função da escola fazê-la sentir-se acolhida e ajudá-la — junto com seus pais e responsáveis — a lidar com a situação.
🔎 Leia mais: Saúde mental na escola: como identificar problemas e cuidar de seus alunos.
Um das maiores armas que a gestão pedagógica tem para enfrentar o bullying, cuidar da saúde mental dos alunos e até melhorar a questão do comportamento resume-se a criar um ambiente acolhedor para toda a comunidade escolar.
Respeitar a diversidade, incentivar as diferenças, trabalhar uma educação inclusiva e acolher os estudantes com empatia e humanização são ações que fazem toda a diferença na realidade educacional — e até na vida dessas crianças e adolescentes.
Entenda mais sobre o assunto:
Nos últimos anos, as diretrizes educacionais sobre diversidade têm estado no centro das atenções, o que é fruto de muita luta, discussões e debates de minorias que reivindicaram — e continuam reivindicando — espaço dentro da sociedade.
Com isso, é cada vez mais importante que a gestão escolar construa práticas administrativas e pedagógicas para lidar com casos de preconceito e de discriminação, e para criar um ambiente educacional verdadeiramente acolhedor.
Afinal, ainda que o passado seja imutável, lutar por mudanças no presente é uma maneira de quebrar um ciclo de segregação e exclusão social que já se perpetuou por tempo demais.
Nesse sentido, a escola pode ser um meio para promover tais mudanças que se fazem necessárias no campo social e construir um futuro acolhedor para todos, sem qualquer discriminação, seja de gênero, etnia, religião, orientação sexual ou classe social.
É aí que entra a educação inclusiva: um conjunto de práticas que tem como objetivo principal a garantia do acesso à educação para todos.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a educação inclusiva é um movimento em defesa do direito de todos os estudantes estarem juntos, aprendendo e participando sem nenhum tipo de discriminação.
Este modelo de educação está fundamentado na equidade como valor fundamental, de acordo com a concepção dos direitos humanos.
Ela busca garantir o respeito e a valorização da diversidade étnica, cultural, social, física, intelectual e de gênero, permitindo a maior igualdade de oportunidades e a participação de todos no processo de ensino-aprendizagem.
🔎 Leia mais:
Agora que você sabe melhor o que é educação inclusiva, podemos dar destaque a um dos principais elementos dela: acolher pessoas diversas.
Como vimos, isso envolve etnia, cultura, classe social, condições físicas, gênero e muito mais. É necessário ter empatia e entender que o direito à igualdade não significa padronizar o tratamento a todos, e sim respeitar a todos da mesma forma, dentro de sua diversidade.
Temos dois textos que tratam diretamente sobre o acolhimento de alunos diferentes, em dois contextos distintos. Os conteúdos podem te ajudar a desenvolver uma educação especial e inclusiva. Confira:
Outro ponto importante da educação inclusiva é a representatividade. Os alunos precisam se sentir representados no espaço educacional, da mesma forma que devem ter agência e autonomia em suas ações.
Afinal, a escola muitas vezes representa o primeiro grande contato de uma criança com a sociedade. É na escola que ela vai encontrar pessoas diferentes, expandir sua visão de mundo e começar agir como parte de uma comunidade.
Portanto, é essencial que a instituição ou centro de ensino saiba como trabalhar a representatividade, apresentando a diversidade como algo positivo, em um ambiente acolhedor para todos, no qual os alunos se sintam realmente representados.
Para promover esse avanço social na Educação Básica, sua escola pode se inspirar em movimentos sociais, os quais, por meio de esforços coletivos, conquistaram seu espaço.
Então, em vez de apenas apresentar a diversidade e impor a visão da escola sobre o assunto, crie um ambiente no qual seus alunos possam atuar de forma ativa, aplicando e defendendo suas próprias — e diversas — visões de representatividade.
Para alcançar esse objetivo, incentive os alunos a formarem coletivos escolares. Esse formato de grupo vem conquistando um importante espaço em ambientes educacionais por ser uma maneira de reunir alunos com os mesmos interesses, dificuldades e problemas, para debaterem questões importantes na escola e na sociedade.
Assim, alunos com diferentes personalidades podem encontrar sua voz. Existem coletivos que discutem, por exemplo, o feminismo, a discriminação com a comunidade LGBTQIA+, o racismo, entre tantas outras identidades e realidades que buscam, nos coletivos, uma maneira de encontrar representatividade.
🔎 Leia mais: Por que as escolas devem trabalhar a representatividade por meio de coletivos?
Esses grupos também devem ter espaço para opinarem na própria organização da escola. De tal forma, as vozes desses alunos precisam ser realmente ouvidas e levadas em conta, criando uma gestão escolar democrática.
Contudo, é preciso cuidado para que os coletivos não se tornem espaços de segregação dentro da escola, separando alunos sob “bandeiras” e opiniões distintas. Portanto, sua gestão educacional deve mediar e integrar esse processo de forma sensata, incentivando o diálogo e o desenvolvimento da pluralidade.
Por fim, a construção de uma escola e de uma sociedade mais inclusivas passa pela cidadania.
Dessa forma, uma parte muito importante da missão da gestão pedagógica é ensinar para seus alunos essa prática. Ou seja, mostrar a eles como podem lidar com problemas sociais e participar ativamente da realidade que os cerca.
A premissa é trabalhar a ideia de que, independente da idade, cada indivíduo pode exercitar hábitos que causam um impacto positivo na sociedade, com valores como solidariedade, compaixão, empatia, cooperação e respeito.
Por meio da aprendizagem da cidadania durante os anos da educação básica, os estudantes podem se enxergar como parte da sociedade. Assim, passam a ter mais estrutura para se desenvolverem como adultos conscientes, com plena capacidade de conviver e atuar socialmente de modo sustentável.
O trabalho da gestão pedagógica é amplo e repleto de detalhes complexos que precisam estar sempre na mente do gestor e de sua equipe. E tudo isso envolve documentações, registros, controles e muito mais.
É impossível para uma equipe pedagógica cuidar da aprendizagem, promover uma educação inclusiva e ainda implementar novas metodologias de ensino se não houver organização nessa área.
É preciso ter:
Quando isso depende de controles manuais, papeladas e planilhas, sua equipe pedagógica vai perder tempo e ter sérias dificuldades na hora de implantar melhorias verdadeiras na realidade educacional da escola.
É aqui que entra o potencial de um sistema de gestão escolar, como o Sponte.
Um bom sistema de gestão escolar tem funcionalidades que vão ajudar a organizar isso tudo de forma digital, ágil, eficiente e personalizável.
Assim, a gente fornece à sua gestão pedagógica as ferramentas para lidar com a burocracia e devolve a ela o potencial de realmente transformar a educação.
Quer experimentar? Então entre em contato com a gente e venha conhecer o que o Sponte pode fazer por sua escola!