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10 estratégias de aprendizagem ativa para usar em aulas presenciais e remotas

6 min de leitura

A educação tradicional passiva, em que o aluno apenas escuta o professor e faz algumas atividades, já não é mais suficiente para oferecer um ensino realmente adequado às novas gerações. Você, como gestor escolar, já deve saber que o futuro das escolas é...

A educação tradicional passiva, em que o aluno apenas escuta o professor e faz algumas atividades, já não é mais suficiente para oferecer um ensino realmente adequado às novas gerações. Você, como gestor escolar, já deve saber que o futuro das escolas é a aprendizagem ativa. Isso não é novidade. A parte difícil é colocar isso em prática em sua gestão pedagógica.

🔎 Leia também: O que é gestão pedagógica? Tudo o que você precisa saber para sua escola.

Já está comprovado que um aluno aprende muito melhor quando engaja-se e participa do próprio processo educacional.

Por isso, neste texto, vamos explorar 10 estratégias de aprendizagem focadas em colocar o aluno no centro do aprendizado, como protagonista e agente ativo da formação do conhecimento em uma escola de educação básica.

Continue sua leitura e entenda mais.

  1. Levantamento de conhecimentos prévios
  2. Prática de recuperação de conhecimentos
  3. Promoção de debates
  4. Técnica SQA
  5. Problem Based Learning (PBL)
  6. Criação de técnicas de memorização 
  7. Memorização prolongada
  8. Práticas de atenção plena
  9. OQFQNSOQF (O Que Fazer Quando Não Sei O Que Fazer?)
  10. Bilhete de saída

Princípios da aprendizagem ativa para sua escola

Sabemos que o conceito de aprendizagem ativa não é uma novidade na gestão escolar. Mas, para te ajudar na hora de colocar isso em prática, separamos aqui alguns dos principais pilares dessa proposta.

O primeiro é o protagonismo do aluno. A aprendizagem ativa mantém a importantíssima valorização do professor, mas muda seu papel. Em vez de ser responsável simplesmente por “passar o conteúdo” e avaliar os resultados, ele se torna um mentor na jornada educacional do estudante.

Esse estudante, por sua vez, ganha função ativa na aprendizagem, por meio de metodologias e práticas que preconizam a autonomia, além do engajamento e da educação colaborativa.

🔎 Leia também: Aluno o protagonista: 12 passos para desenvolver esse conceito em sua escola.

Estes dois pontos são, também, pilares da aprendizagem ativa:

  • Ela deve ser colaborativa e interativa, com atuação dos alunos de forma conjunta, e também envolvendo a atuação do professor e da própria gestão pedagógica da escola.
  • Ela deve favorecer o engajamento escolar, com atividades direcionadas a estimular o interesse do estudante.

Além disso, ela se organiza em torno da utilização de metodologias ativas de aprendizagem.

O foco disso tudo é preparar o aluno para não ser apenas um repetidor de conteúdos, e sim um cidadão pleno, ativo e questionador. Ou seja: deixá-lo realmente pronto para os desafios do futuro.

Como preparar os alunos para um mundo instável e imprevisível? | Sponte

A flexibilidade dessa prática para aulas presenciais e ensino remoto

Atualmente, muitas escolas abraçaram a transformação digital e expandiram os horizontes do aprendizado para além dos muros físicos da própria instituição. 

Junto das aulas presenciais, essas escolas têm experimentado — com sucesso — práticas de ensino remoto e aulas online, em uma estratégia de aprendizado conhecida como ensino híbrido.

A prática da aprendizagem ativa tem muito o que colaborar nesse contexto. Sua flexibilidade, que “escapa” das aulas expositivas, potencializa ainda mais as possibilidades das lições aprendidas a distância.

As estratégias de aprendizagem que vamos discutir no próximo tópico demonstram isso, com diferentes princípios que podem ser aplicados de formas complementares em aulas presenciais e remotas.

Para ajudar sua escola a ser bem sucedida no ensino híbrido, preparamos um eBook repleto de dicas e orientações. Confira:

Ensino híbrido: O guia completo para sua gestão escolar | Sponte

10 estratégias educacionais que promovem a aprendizagem ativa

A flexibilidade da aprendizagem ativa se dá justamente pela vastidão de práticas e técnicas educacionais diferentes que podem ser aplicadas — sempre mantendo em mente os princípios de protagonismo, autonomia, colaboração e engajamento que já discutimos.

Nesse sentido, separamos aqui 10 das principais práticas de aprendizagem ativa utilizadas atualmente. Conheça:

1. Levantamento de conhecimentos prévios

Essa é uma excelente forma de introduzir um assunto novo em sala de aula sem que o processo seja maçante ou repetitivo para os estudantes. A estratégia visa levantar quais conhecimentos os alunos já possuem sobre o tema por meio de um debate coletivo. 

Ela é uma maneira de revisar e recordar assuntos que talvez já tenham sido passados em aula, e também uma excelente forma de construção coletiva do conhecimento. 

Com essa estratégia, conhecer e revisar um tema será um processo muito mais instigante para os alunos, pois serão participantes ativos do processo.

2. Prática de recuperação de conhecimentos

Manter os conhecimentos na memória do aluno é essencial para a fixação dos conteúdos, para o bom andamento das aulas e para a evolução da aprendizagem. Por isso, estabeleça uma periodicidade de atividades que ajudem a relembrar as lições.

Mas simplesmente falar sobre os assuntos em aula ou pedir para o aluno pesquisar em casa pode ser cansativo e pouco produtivo. A opção da aprendizagem ativa, então, é engajar os estudantes com atividades distintas.

Você pode aplicar quizzes, por exemplo. Ou jogos e brincadeiras que retomam os conteúdos de uma forma divertida. Técnicas de gamificação cabem muito bem nesse contexto.

🔎 Leia mais: O que é gamificação e como ela contribui para o processo de ensino-aprendizagem?

3. Promoção de debates

Essa é uma prática muito conhecida e utilizada em aulas presenciais, mas que com certeza também pode ser muito bem aproveitada no ensino remoto. Ainda mais para que os alunos participem mais ativamente das aulas online

Afinal, convidá-los a expressar sua opinião sobre determinados assuntos relativos à matéria, trazendo dados e informações baseados em uma pesquisa prévia, é uma ótima forma de torná-los mais ativos e também de valorizá-los durante a aprendizagem. 

É uma maneira de reforçar o protagonismo deles na construção do conhecimento coletivo da turma, além de desenvolver suas habilidades argumentativas.

Avaliação de aprendizagem | Sponte

4. Técnica SQA

Essa é mais uma forma de os professores compreenderem em que estágio está o conhecimento dos alunos sobre determinado tema, além de possibilitar que o estudante demonstre seus próprios interesses.

A sigla SQA significa: Sei, Quero saber e Aprendi e essa técnica se baseia na construção de uma pequena tabela dividida nesses três conceitos. 

Na primeira coluna (Sei), o aluno deve registrar o que já sabe sobre determinado assunto. Na segunda (Quero saber), ele pode comentar quais são os assuntos que lhe interessam no tema.

O professor, então, recolhe as tabelas e pode preparar aulas mais personalizadas a partir delas.

Por fim, depois que o assunto for explorado em sala, os estudantes recebem a tabela de volta e completam a última coluna (Aprendi) com tudo o que absorveram da lição.

Assim, além de o professor ter um acompanhamento maior do que os estudantes sabem, os próprios alunos passam a ter maior autonomia e participam mais ativamente da aprendizagem.

5. Problem Based Learning (PBL)

Uma prática muito forte dentro da aprendizagem ativa é o Problem Based Learning, que em tradução livre significa Aprendizado Baseado em Problema. 

Nesse método, o professor propõe um problema a ser resolvido pelos alunos. Para encontrar a solução, eles deverão realizar uma pesquisa acerca do assunto, descobrir o que é relevante naquele caso e, enfim, propor uma solução.

O professor, por sua vez, orientará os alunos durante a pesquisa e avaliará o caminho traçado por eles até a elaboração das suas propostas finais.

Com o PBL é possível, portanto, dar autonomia para o aluno na busca de conhecimento, bem como permitir que ele aplique seu conhecimento em um problema prático, desenvolvendo suas habilidades ao longo do caminho.

6. Criação de técnicas de memorização 

É comum que professores tenham maneiras diversas de apresentar o conteúdo para os alunos e ajudar em sua memorização. Fórmulas, macetes e músicas são as estratégias mais usuais e fazem sucesso em muitas turmas.

Mas por que não deixar que, às vezes, os alunos criem suas próprias formas de memorização? 

Colocar o aluno no centro desse processo será muito mais efetivo para que ele guarde as informações seguindo sua própria dinâmica de raciocínio. E, se a atividade for em grupo, os estudantes também poderão desenvolver o princípio da coletividade.

7. Memorização prolongada

Essa técnica se baseia na associação de conteúdos a elementos não necessariamente relacionados à aula, com o intuito de fortalecer a fixação de conhecimento. 

Os alunos podem trazer exemplos e ideias de fora da sala, relacionados aos seus cotidianos, para então construir uma ponte que associará o conteúdo a algo que eles conhecem. 

Pode ser uma imagem, um vídeo, uma música ou mesmo uma série de televisão, por exemplo. Na dinâmica de aulas online, com o aluno já conectado à internet, a pesquisa se torna ainda mais rápida. Assim, sempre que eles tiverem contato com o elemento associativo, virá a lembrança do conteúdo da aula.

8. Práticas de atenção plena

A geração mais jovem está constantemente recebendo estímulos e informações, sobretudo no ambiente online. Por isso, é comum que essas crianças apresentem dificuldades em prestar atenção em uma única coisa por muito tempo. 

Por isso, estimular o aluno com atividades e exercícios, mesmo que seja um momento de respiração e foco, por exemplo, ajudará a mantê-lo concentrado durante a aula. Isso vale tanto para aulas presenciais quanto para o ensino remoto.

Outra forma interessante é vincular as lições a elementos que já são atrativos para os alunos. Um exemplo é a produção de vídeos para as redes sociais, mas com foco no conteúdo da lição.

Falamos mais sobre essa possibilidade neste texto: TikTok na educação: como usar a rede social para prender a atenção dos alunos?

9. OQFQNSOQF (O Que Fazer Quando Não Sei O Que Fazer?)

Essa é a sigla de uma estratégia que surge como auxílio para as atividades do aprendizado ativo, como o PBL. 

Muitas vezes os alunos ficam travados durante o processo de resolução de problemas e não conseguem sair de uma linha de pensamento que não leva a lugar nenhum. 

Nesses momentos é hora de aplicar a técnica que leva o nome dessa sigla imensa, mas que em sua essência é muito simples. As letras significam “O Que Fazer Quando Não Sei O Que Fazer?”. É um convite para que o aluno retroceda no seu pensamento e procure novas alternativas de raciocínio e resolução para sanar o problema proposto.

10. Bilhete de saída

Essa é mais uma atividade muito interessante de se propor nas aulas presenciais e remotas. O bilhete de saída é uma espécie de avaliação resumida do aluno sobre a aula. 

Nesse “bilhete”, os alunos podem comentar o que acharam da dinâmica do dia e falar sobre como o assunto foi abordado, quais momentos foram de fácil entendimento e quais não foram tão fáceis, e, por fim, fazer uma pequena autoavaliação sobre o que foi de fato absorvido da aula. 

Nas aulas online, o bilhete de saída pode ganhar um item de interação a mais em sua composição, como emojis, o que estimulará os alunos mais jovens a participarem da atividade.

Boas práticas para aplicar essas estratégias de aprendizagem e promover o engajamento de alunos

Para implantar a aprendizagem ativa em sua gestão pedagógica, você terá de superar alguns desafios. O maior deles provavelmente será a inflexibilidade da comunidade escolar. 

Há professores que não querem mudar a forma expositiva das aulas, assim como há alunos que estão acostumados a apenas ouvir, anotar e fazer provas. E ainda há pais e responsáveis que acreditam que essas novas estratégias de aprendizagem podem prejudicar a evolução dos estudantes.

Então, a primeira boa prática para ter sucesso na aprendizagem ativa em aulas presenciais e remotas é chamar a comunidade escolar para participar dessa transformação.

Envolva alunos, pais, responsáveis e professores em cada passo da mudança. Pergunte suas opiniões, mostre as vantagens e faça com que eles sintam-se verdadeiramente parte desse momento.

Isso é especialmente importante para os estudantes. Além de dar maior protagonismo para eles — que é um pilar essencial da aprendizagem ativa — isso torna-os parte do processo e mais abertos às mudanças.

Como manter alunos engajados? | Sponte

Na sequência, outro desafio é entender que ensino remoto e presencial não podem simplesmente ter as mesmas estratégias. É essencial compreender suas diferenças e usar práticas educacionais de acordo com as demandas e potenciais de cada ambiente. 

No mesmo sentido, lembre-se de que nem tudo serve para todos os alunos. Diferentes faixas etárias, níveis de conhecimento e preparo exigem estratégias diferentes. Então avalie a turma, junto com os professores, para oferecer as práticas educacionais adequadas.

Por fim, lembre-se de sempre valorizar e capacitar os professores para que abracem essa novidade e entrem no futuro da educação junto com sua escola.

Técnicas para avaliação da aprendizagem ativa em sua escola

Chegamos ao último ponto: como saber se as estratégias de aprendizagem ativa estão dando certo?

Para começar, volte a envolver alunos, professores, pais e responsáveis. O engajamento da comunidade escolar sempre deve estar no centro de seu trabalho, então faça pesquisas com eles e colete impressões sobre o que estão achando do processo.

Esse é um primeiro indicador importantíssimo. Outros que também devem ser levados em conta são a frequência e a participação dos estudantes nas atividades.

Por fim, avalie o próprio aprendizado. Como estão as notas? Os alunos demonstram ter aprendido? Esse é objetivo maior da escola e, se a aprendizagem ativa ajudar a melhorar nesse sentido, a mudança terá alcançado o sucesso.

Os desafios da avaliação: eBook | Sponte

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