Conhecer bem as abordagens pedagógicas é um passo importantíssimo para gestores, seja na hora de abrir uma nova escola, seja para melhorar constantemente o ensino em sua instituição.
Isso vale para qualquer instituição de ensino, mas é ainda mais importante quando falamos de uma escola de educação básica. Afinal, a sua escolha pedagógica vai guiar a educação e a formação de centenas ou milhares de crianças e adolescentes.
Portanto, neste artigo, vamos apresentar as principais abordagens pedagógicas com as quais o gestor escolar precisa se familiarizar. Confira:
Já falamos muito aqui no blog da Sponte sobre as metodologias ativas na educação, e como elas podem realmente transformar sua escola, com um ensino de maior qualidade.
🔎 Leia mais: Metodologias ativas de aprendizagem: saiba o que são e como incluí-las em sua escola.
E, de fato, práticas como a gamificação e a sala de aula invertida são importantíssimas — principalmente para engajar os alunos desta geração, que estão cada vez mais distraídos no ambiente educacional.
No entanto, aplicar algumas metodologias ativas é pouco. Uma escola de sucesso precisa definir sua abordagem pedagógica como um todo. Essa escolha pedagógica tem o potencial de guiar todo o processo educativo de forma muito mais efetiva.
Ou seja, ao conhecer as abordagens pedagógicas e escolher a melhor para sua escola, o gestor abre o caminho para oferecer o melhor estudo possível para seus alunos.
Além disso, hoje em dia, muitos pais e responsáveis têm buscado se informar sobre as abordagens pedagógicas antes de escolher uma escola para matricular suas crianças.
Portanto, escolher a gestão pedagógica certa vai te ajudar a atrair mais matrículas e a manter a lucratividade de sua instituição de educação básica.
Agora que entendemos a importâncias das abordagens pedagógicas — ou tipos de ensino, como elas também são chamadas em alguns casos —, vamos discutir um pouco sobre as principais.
Mas vale reforçar: essas não são as únicas abordagens possíveis e sua escola pode explorar outras possibilidades.
Aqui tratamos da abordagem que segue tendências educacionais das escolas europeias do século XVIII, que formaram grande parte dos alicerces da educação formal ocidental.
Ela envolve, principalmente, uma educação mais conteudista, com o professor como protagonista. A função dele é transmitir o conhecimento, enquanto o aluno deve absorvê-lo.
No entanto, isso não significa que a aprendizagem seja necessariamente passiva. O pensamento crítico e a criatividade também são bem-vindos, apesar da estrutura um tanto mais rígida.
Essa abordagem ainda é a mais presente na educação, e mesmo em instituições que buscaram modernizar seus processos, ela continua a marcar presença, porque faz parte do próprio conceito educacional a que estamos acostumados.
No entanto, ela vem sendo questionada por abordagens pedagógicas alternativas, como as que traremos neste texto.
O construtivismo é uma das abordagens alternativas mais conhecidas, e já é bem difundido no Brasil. Ele parte da premissa de que o aprendizado deve ser construído junto com o aluno, com um currículo menos rígido.
Nesse contexto, a criança apreende o mundo que a cerca por meio da assimilação, usando sua realidade como referência, com mais autonomia do que no ensino tradicional.
Assim, o aluno passa a ser protagonista do próprio aprendizado, tendo o professor como um facilitador.
A abordagem montessoriana tem, como destaque, a inserção de questões afetivas na educação, dando às crianças e adolescentes um senso de responsabilidade sobre o próprio aprendizado.
A proposta ainda demanda a criação de um ambiente rico em estímulos para despertar o interesse dos alunos e incentivá-los a fazer experiências, inclusive por meio de brincadeiras. O professor é visto como um guia nesse processo.
A abordagem Waldorf parte do pressuposto de que o ensino escolar deve ser acompanhado de atividades que desenvolvam as crianças nos âmbitos físico, social e individual, de forma integrada.
Neste caso, isso significa trabalhar com artesanato, atividades corporais, arte, movimentos, criatividade, habilidade em resolver problemas, entre outros.
Nessa proposta pedagógica, não há repetência e o aluno segue de acordo com sua faixa etária.
O método Freinet se origina da proposta de uma escola popular e democrática, que evite imposições de autoridade ou o ensino passivo, mais presente na educação tradicional.
O princípio é priorizar experiências e a inserção dos alunos no contexto do assunto que estão estudando, com o potencial de ter voz nesse ambiente. Tudo isso, em substituição às aulas mais expositivas.
Há foco na formação cidadã dos alunos, com menos espaço para competitividade, e mais para a cooperação social e a construção comunitária do conhecimento.
Esta abordagem pedagógica tem um foco especial em bebês e crianças de até 3 anos, propondo que a capacidade de aprendizado já está presente na criança desde a primeira infância.
Entre seus princípios estão o desenvolvimento da segurança afetiva, o trabalho da motricidade livre e a construção da autonomia dos pequenos.
O método conhecido como Reggio Emilia também tem foco na infância, com sua aplicação sendo mais comum em creches e pré-escolas.
Na Reggio Emilia, o próprio ambiente é visto como um professor, e os alunos são estimulados a se desenvolver a partir de experiências nesse ambiente. Isso envolve múltiplas linguagens e práticas, como arte, canto, brincadeiras, manuseio de objetos e até trabalho com as emoções dos pequenos.
O professor também está presente como um guia, que deve incentivar o espírito investigador das crianças e a comunicação entre elas.
A abordagem ainda estimula a cooperação e participação das famílias.
🔎 Leia mais: 10 dicas para manter um bom relacionamento escola-família.
Aqui temos uma metodologia totalmente brasileira, que propõe uma educação crítica e emancipadora dos alunos. Ela tem uma visão de horizontalidade — que substitui a ideia vertical de que o professor é um transmissor de informações para os alunos, que as recebem passivamente.
Na abordagem de Paulo Freire, o professor é um mediador e há valorização do contexto de cada pessoa — do educador aos estudantes —, em um processo de educação coletivo.
O ensino híbrido é uma metodologia que combina a tecnologia às abordagens pedagógicas, e pode ser usado junto a outros tipos de ensino mencionados aqui.
Ele vai além de simplesmente integrar aulas presenciais com atividades online, propondo-se como uma verdadeira abordagem que pode intensificar o aprendizado do aluno, tornando-o parte de sua vida fora da escola.
Para ter sucesso nessa abordagem, é essencial contar com funcionalidades que apoiem o processo de ensino híbrido, como um ambiente de apoio virtual e um portal do aluno.
Confira as principais abordagens pedagógicas abordadas neste texto:
Quando falamos sobre abordagens pedagógicas, há também outro tipo de divisão no entendimento educacional, que envolve frentes como:
Todas as abordagens pedagógicas tem seus méritos, seus defensores e até seus detratores. Por isso, não há uma “receita de bolo” para tomar essa decisão.
O que podemos fazer é identificar alguns pontos importantes que podem ajudar nesse processo. Os principais são:
A missão e os valores da escola devem sempre guiar suas escolhas pedagógicas, e a definição da abordagem é uma das principais. Então avalie qual delas está mais de acordo com seus princípios.
Considere de forma objetiva quem são seus alunos. Qual é a realidade sociocultural deles, seu poder aquisitivo, suas expectativas, etc. A partir disso, avalie qual abordagem atende melhor essas necessidades e demandas de aprendizado.
O último ponto a destacar é a infraestrutura. Cada abordagem pedagógica terá necessidades diferentes, e é importante avaliar se você tem os recursos necessários para atender a isso.
Entre os recursos, é preciso considerar, por exemplo, a disponibilidade de um sistema que apoie a gestão pedagógica.
Por fim, é preciso garantir que sua equipe esteja preparada para realmente lecionar a partir da abordagem pedagógica escolhida.
Para isso, busque contratar professores capacitados, instrua-os a respeito do seu planejamento pedagógico e ofereça oportunidades constantes de formação continuada.
Além disso, busque oferecer ferramentas que otimizem o trabalho deles, reduzam a demanda burocrática e permitam que eles foquem totalmente em oferecer um ensino de qualidade para seus alunos.